Sarampo: SES-MG orienta ações para conter proliferação da doença em Montes Claros

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Na segunda-feira (20/12), a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou a ocorrência de um caso de sarampo em Montes Claros. Há pouco mais de 15 dias, a doença acometeu uma criança de seis meses de idade, assistida em um berçário. Os resultados de exames laboratoriais realizados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte, foram emitidos na segunda-feira, 20.

O assunto foi um dos temas de reunião do Grupo de Análise e Monitoramento de Vacinações (Gamov), realizada na terça-feira, 21, com participação de coordenadores de Vigilância Epidemiológica e de Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, referências técnicas de Imunização e representantes do Conselho de Secretarias de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG).

Com a confirmação do caso, a SRS-Montes Claros orientou a Secretaria Municipal de Saúde quanto à realização de levantamento das pessoas que mantiveram contato com a criança. Também está sendo feita a busca ativa de todas as crianças assistidas pelo berçário, com objetivo de realizar a aplicação da dose zero (extra) da vacina contra o sarampo, a fim de conter a proliferação da doença.

A coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS, Agna Soares da Silva Menezes, explica que a única forma de prevenir o sarampo é por meio da vacinação. As vacinas são ofertadas em todos os municípios pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Atualmente, a vacina contra o sarampo está indicada da seguinte forma: a primeira dose deve ser aplicada nas crianças ao completarem um ano e a segunda dose deve ser administrada aos 15 meses de idade.

Pessoas entre 1 e 29 anos, com uma dose comprovada no cartão de vacina devem completar o esquema vacinal com a segunda dose. Se a pessoa com idade entre 1 e 29 anos não tomou nenhuma dose da vacina, perdeu o cartão ou não se lembra de ter sido imunizada, deverá tomar as duas doses do imunizante.

Se a pessoa tiver entre 30 e 59 anos, deverá tomar uma dose da vacina.

A doença

O sarampo é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, e pode ser fatal. É transmitida pela fala, tosse e espirro.

O vírus se instala na mucosa do nariz e dos seios da face para se reproduzir e depois vai para a corrente sanguínea. Uma pessoa infectada pode transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam imunizadas.

A transmissão pode ocorrer entre quatro dias antes e quatro dias depois do aparecimento de manchas vermelhas pelo corpo. Depois do contato com alguém doente, a pessoa pode apresentar os sintomas em média após dez dias, variando de 7 a 18 dias.

Os sintomas iniciais da doença são: febre acompanhada de tosse; irritação nos olhos; nariz escorrendo ou entupido; falta de apetite e mal-estar intenso. Nesse período podem ser observadas na parte interna das bochechas manchas brancas, que são características da doença. Entre três a cinco dias podem aparecer outros sinais e sintomas, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo.

Após o aparecimento das manchas vermelhas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade.

Complicações

O sarampo é uma doença grave que pode deixar sequelas por toda a vida ou causar morte. As principais complicações variam de acordo com as fases da vida do paciente. Em crianças podem causar pneumonia; infecções de ouvido; encefalite aguda (inflamação no encéfalo – parte do sistema nervoso dentro do crânio) ou morte. Em pessoas adultas pode causar pneumonia e em gestantes, parto prematuro ou bebê com baixo peso.

Tratamento

O sarampo não tem tratamento específico. Os medicamentos são utilizados para reduzir o desconforto provocado pelos sintomas da doença. Sob orientação médica, podem ser prescritos medicamentos para febre, hidratação oral, terapia nutricional com incentivo ao aleitamento materno e higiene adequada dos olhos, da pele e das vias aéreas superiores. As complicações bacterianas do sarampo devem ser tratadas especificamente.

 

Autor: Pedro Ricardo

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