Nos dias 4 e 5/11, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia promoveu o primeiro seminário sobre o cenário epidemiológico de sarampo e arboviroses. Neste ano, Uberlândia apresentou 19 casos suspeitos de sarampo recentemente. Para reforçar a urgência do tratamento e mobilizar a população para a prevenção, a Vigilância em Saúde do Estado aponta a importância da prevenção da doença e inicia também ações contra as arboviroses na região.
Segundo Eduardo Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde da da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), nesta época do ano as chuvas retornam e a dengue tem sintomas que se assemelham muito ao sarampo. “Com o primeiro caso suspeito, é normal que aconteça uma sensibilidade nos atendimentos. Ou seja, quando a pessoa chega com sinais característicos como coriza, conjuntivite, manchas no corpo, o profissional pode notificar equivocadamente.”
No primeiro dia, a Força Estadual, composta por Roger Lopes Batista – médico – e Alice Frugoli – enfermeira – destacou os sintomas semelhantes entre doenças como sarampo e arboviroses. Segundo o médico, as principais diferenças são os sintomas respiratórios e as lesões na pele presentes no sarampo. Ele explica que, “na dúvida, o médico deverá notificar o caso suspeito, para que a epidemiologia possa investigar corretamente e indicar se é uma arbovirose ou sarampo. É importante lembrar que não existe tratamento específico, mas que em crianças é recomendada a reposição de vitamina A, conforme indicação médica.”
Alice Frugoli, enfermeira da Força Estadual, destacou que médicos e enfermeiros estão realizando oficinas em conjunto. Ela esclarece que “a integração da equipe multiprofissional nos diversos níveis de atenção é essencial para o manejo adequado e prevenção de óbitos por arboviroses”, diz. “É importante ressaltar a integração das esferas da atenção básica e da vigilância epidemiológica para uma resposta rápida e eficiente”, completa
Prevenção é o melhor caminho
No ano de 2024, a cobertura vacinal da tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) na região das 18 cidades que abrangem a SRS Uberlândia foi além da meta preconizada pelo Ministério da Saúde. A primeira dose atingiu 100,15% da população. Já a segunda dose alcançou apenas 92% no mesmo ano. Em 2025, a imunização completa não chegou próxima à meta em ambas as doses.
Luiz Eduardo Salomão, superintendente Regional de Saúde, pontua que a população, além de fazer a ação de combate às arboviroses dentro de casa, deve se lembrar da vacinação. “As vacinas são a melhor forma de evitar casos graves e óbitos. O Estado fortalece os municípios na cobertura vacinal com a distribuição das vacinas e com o funcionamento do vacimóvel.”
Para Flávia Tibúrcio, coordenadora de Imunização do município de Tupaciguara, o evento trouxe estratégias que antecipam os cenários de baixa cobertura vacinal e do período das arboviroses. “Começar o evento em novembro foi essencial, assim vamos além da vacinação. Desta forma, garantimos a promoção da saúde, melhorando o cenário epidemiológico.” Ela pontua que o desafio agora é reconquistar a população para confiar na vacina.
Para Nathalia Bisinoto, mãe da Manuela e Maria Alice, a atualização da vacina na caderneta é essencial. “Como mãe eu sei da importância que é vacinar, um ato de amor e responsabilidade”, afirma. “Com a correria do dia a dia, deixamos para depois, por isso, as campanhas são muito importantes”, completa. Ela compareceu com as duas filhas no último dia D de multivacinação (18/10) e atualizou a vacina de febre amarela da caçula na Unidade Básica de Saúde do município.
Para mais informações institucionais sobre a vacinação de crianças, adolescentes e adultos no Estado de Minas Gerais: https://www.saude.mg.gov.br/vacinamaisminas/
Por: Vitória Caregnato e Dieny Fernandes (estagiária sob supervisão)
Fotos: Vitória Caregnato e Dieny Fernandes