A Superintendência Regional de Saúde de Belo Horizonte (SRS BH) realizou a reunião técnica da Vigilância em Saúde do Trabalhador (Visat) no dia 4/12, no auditório do Ministério Público do Trabalho. O encontro reuniu referências técnicas e equipes dos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerests) dos 39 municípios da região em uma jornada de debates e apresentações que reforçaram o papel estratégico da rede na proteção da saúde dos trabalhadores.
A referência em Saúde do Trabalhador da SRS BH, Raquel Nogueira, apresentou as ações desempenhadas em 2025 e destacou a relevância das pautas do evento como uma oportunidade de troca de experiências entre equipes dos Cerests e das referências técnicas de municípios que compõem a Regional BH tanto em relação aos registros das notificações compulsórias do Sinan das Doenças e Agravos que dizem respeito ao trabalho com nas inspeções em saúde do trabalhador. “As reuniões proporcionam oportunidades para aperfeiçoamento, alinhamento e aprofundamento da realidade da saúde do trabalhador”.
A fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego, Odete Reis, abriu os debates da reunião, destacando que fatores como trabalho noturno, cultura organizacional permissiva e assédio político-eleitoral configuram riscos psicossociais que impactam diretamente a saúde dos trabalhadores.
Segundo a especialista, o assédio moral pode ocorrer onde há fatores de risco psicossociais presentes, mas ele próprio é também um fator de risco psicossocial. “A cultura organizacional é determinante: quando não há normas claras contra o assédio e sanções efetivas, práticas abusivas podem se perpetuar. Programas de prevenção já estão em curso no serviço público, com comissões e capacitações, além da elaboração de cartilhas sobre assédio político-eleitoral, esclarecendo o que é crime e o que configura assédio”, afirmou.
A referência técnica do Cerest Betim, Márcia da Silva Anunciação Lazarino, enfatizou algumas das atribuições do Cerest. “Apoio aos profissionais do SUS na identificação e investigação de casos relacionados ao trabalho, elaboração de relatórios, emissão e orientação sobre a emissão da Comunicação de Acidente de Trabalho (CATs), além de ordenação da rede e oferta de educação permanente. Entre janeiro e outubro, o Cerest Betim realizou 712 discussões de casos, 179 reuniões com equipes da atenção primária, 249 orientações técnicas e 88 atividades educativas”, ressaltou Lazarino.

Enfermeira e referência técnica de Caeté, Kacimaire Gonçalves de Carvalho, afirmou que o evento é “um momento de aprendizado muito importante para a vida, permitindo esclarecer dúvidas e planejar novas ações”.
Os debates sobre assédio sexual, assédio moral e condições de trabalho foram destacados como essenciais pela enfermeira do setor de Vigilância Epidemiológica de Sabará, Renata Batista de Souza, diante do aumento da violência contra mulheres e dos impactos sobre a saúde mental e vínculos laborais. “O momento está sendo muito importante, uma troca de conhecimento entre municípios e palestrantes”, disse.
Além de apresentar resultados exitosos dos Cerests, o evento promoveu a integração das equipes e a atualização sobre normas e sistemas de vigilância, como o E-SUS/Sinan para distúrbios de voz relacionados ao trabalho, apresentado pela referência técnica municipal de Belo Horizonte, Flávia Rocha.
Por: Leandro Heringer / Fotos: Leandro Heringer
