Regional de Ubá e Fhemig realizam Workshop sobre Hanseníase para alunos da UNIFAGOC

Crédito: Keila Siqueira de Lima

Para fortalecer as ações de prevenção e controle da hanseníase, a Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá, em parceria com a Casa de Saúde Padre Damião, instituição da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig), realizou o 1º Workshop sobre Hanseníase para alunos dos cursos de enfermagem e medicina do Centro Universitário Governador Ozanam Coelho (Unifagoc), de Ubá, no dia 25 de outubro.

Contando com a presença de aproximadamente 40 alunos, a iniciativa foi inserida dentro da disciplina de “Doenças Transmissíveis” com objetivo de proporcionar um olhar sensibilizado para os futuros profissionais de saúde, munindo de informações para a identificação desta doença, que é um desafio para a saúde pública brasileira.

Abrindo o Workshop, o coordenador da Vigilância em Saúde da GRS Ubá, Fábio Ribas, apresentou um relato histórico da hanseníase, contextualizando as origens dos tabus relacionados a ela e a evolução do manejo clínico. “Infelizmente, a segregação social foi aplicada durante muitos anos para as pessoas acometidas pela hanseníase. Isso fez com que se criasse um estigma em torno da doença, preconceito que é perceptível ainda hoje na sociedade, mesmo depois de termos tratamento e cura. Sensibilizar os futuros profissionais de Saúde, como estes estudantes de enfermagem e medicina, se torna imperioso para que saibam identificar corretamente a doença, em sua fase inicial, e apliquem o tratamento correto, promovendo a reabilitação mais rápida dos pacientes”, disse Fábio, que também é professor do curso de Enfermagem da Unifagoc.

Tratamento gratuito e exclusivo pelo SUS

Logo em seguida, Priscila Teixeira, referência técnica em Hanseníase da GRS Ubá explanou sobre o cenário epidemiológico da doença, abordando o contexto nacional, estadual e regional, como também falou sobre o acesso ao tratamento, que é feito exclusivamente pelo SUS. “A hanseníase é uma doença “negligenciada”, porém, ainda está presente na realidade da população. Apesar de observarmos uma queda na detecção de casos, temos alto percentual de indivíduos que já chegam ao serviço de saúde com alguma incapacidade física. Isso indica que o diagnóstico tem sido tardio, o que traz prejuízo para o paciente e aumenta sua vulnerabilidade. A hanseníase tem cura e todo o tratamento é fornecido na rede pública de Saúde. É crucial que os profissionais estejam atentos aos sinais e sintomas, preparados para acolher o usuário e indicar a terapia correta. Nosso intuito aqui no workshop foi este”, comentou Priscila.

Por fim, foi feita demonstração dos exames clínicos aplicados para diagnóstico da hanseníase, cuja confirmação é por testes dermatoneurológicos, pela terapeuta ocupacional, Eliane Duarte, da Fhemig. “O profissional de Saúde realiza, por meio do exame físico geral e dermatoneurológico, a identificação de lesões ou áreas de pele com alteração de sensibilidade e/ou comprometimento de nervos periféricos, com alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas. Também é feita a coleta de material para exames laboratoriais (baciloscopia ou histopatologia cutânea ou de nervo periférico sensitivo), porém, o diagnóstico é definido pelo médico responsável, pois o exame de laboratório pode dar falso negativo. Mais um bom motivo para sensibilizar e capacitar os estudantes”, disse Eliane, que é responsável pelo Serviço de Reabilitação da Casa de Saúde Padre Damião (Fhemig).

“Foi uma experiência muito gratificante poder contar com a expertise dos profissionais da GRS Ubá e da Fhemig neste workshop. Nossos alunos receberam conhecimento fundamentado na realidade da nossa região, com profissionais atuando no enfrentamento da hanseníase, e certamente isso impactará a atuação deles no futuro”, afirmou France Coelho, coordenadora do curso de Enfermagem e professora do curso de Medicina da Unifagoc.

Autor: Keila Siqueira de Lima

Rolar para cima