Regional de Saúde de Varginha tem no público infantil o maior desafio da vacinação contra a covid-19

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Medo, desinformação, fake news. Estas são algumas das justificativas encontradas quando se questiona a cobertura ainda regular da vacinação pediátrica contra a covid-19 no Sul de Minas. A partir do início da vacinação contra o Coronavírus no Brasil, em janeiro de 2021, filas, expectativa e muita ansiedade davam o tom do momento, mas o que se vê, hoje, é que ao chegar na faixa etária de 3 a 11 anos, a imunização passou a enfrentar entraves que mantém as porcentagens de cobertura aquém do esperado neste público.

“Vejo poucos casos em crianças se tornarem graves, e isso me deu a falsa segurança de que não preciso vacinar meu filho. Mas o medo de vê-lo passar por esse vírus sem ter sido protegido pesa muito na decisão, e hoje eu optei por vacinar”. Esta afirmação é de Karina Silva, dona de casa e mãe de um menino de 4 anos. Karina e muitos outros pais ainda têm dúvidas quanto à segurança dos imunizantes para crianças.

Todavia, o que se precisa saber é que as vacinas da covid-19 utilizadas para o público infantil passaram por análise técnica de dados e estudos clínicos. “A ANVISA e outras agências mundiais avaliaram as informações destes estudos e indicam que a vacina é segura e eficaz”, afirma Monique Borsato, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Varginha.

 

Vacinação – macrorregião de Saúde Sul

O cenário da SRS Varginha no que diz respeito à vacinação pediátrica da covid-19 se mantém dentro da média do restante da macrorregião de Saúde Sul – que envolve também as Regionais de Saúde de Alfenas, Passos e Pouso Alegre. A cobertura, em percentual, das 1ª e 2ª doses em crianças de 3 a 11 anos, na SRS Varginha marcava, até 14 de outubro, 81,84% e 59,22%, respectivamente, enquanto a macrorregião de Saúde Sul atingia os percentuais de 80,87% e 59,18%. Dentro desse contexto, observa-se que a Regional de Saúde de Passos atingiu, até o momento, menores índices nesse segmento: 74,39% para primeira dose e 52,91% de cobertura da segunda dose. Comparando a média estadual – 79,64% e 56,22% -, com a macrorregião Sul, pode-se observar que a macro vem alcançando maiores percentuais, até o momento.

Com mais de 65 mil primeiras doses aplicadas e mais de 47 mil segundas doses no público infantil, a SRS Varginha possui municípios em que a cobertura se mostra em valores de excelência, enquanto em outros são identificados entraves que não oportunizam a cobertura de toda a população infantil. Itutinga, pertencente à microrregião de Saúde de Lavras, possui uma cobertura de 107,67% na primeira dose e 94,40% na segunda dose. Graziele Siqueira, coordenadora de Atenção Primária do município, explica que algumas estratégias colaboram com o êxito da cobertura. “Mídias sociais e sistema de informação terceirizado que fornece relatórios são grandes aliados nesse alcance, mas a principal ação é a busca ativa semanal com a referência técnica da sala de vacina e as agentes de saúde, além da visitação in loco à zona rural e urbana”, explicou Graziele, sobre como o município se organizou.

Há casos em que se nota problemas que vão além do alcance populacional, e que podem prejudicar os dados e as estratégias a serem adotadas. Há municípios da SRS Varginha – exceções – com registro no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) de aproximadamente 71% de cobertura da primeira dose pediátrica e somente 0,77% na segunda dose. O que explica essa discrepância não é um fator social, mas sim, técnico. “É evidente que a digitação dos dados vacinais não está em dia e correta. É importantíssimo, em se tratando de imunização, organizar sistematicamente esses números, para que as ações de intensificação possam ser norteadas e aplicadas com segurança a partir da realidade relatada nos sistemas de informação, pelas equipes municipais” reforça Anderson Pessi, Técnico da Imunização da SRS Varginha.

Autor: Tânia Corrêa

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