Regional de Itabira realiza capacitação em Saúde Mental e Trabalho para municípios do Médio Piracicaba

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A Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira, por meio da Coordenação de Atenção à Saúde e do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, realizou no dia 30/11, a videoconferência em Saúde Mental e Trabalho. A capacitação foi direcionada às referências técnicas de atenção primária à saúde, saúde mental e saúde do trabalhador dos municípios da região do Médio Piracicaba.

O objetivo do evento, segundo Aline Graziele Fernandes Martins da Costa, referência técnica em Saúde do Trabalhador da (GRS) de Itabira, foi alinhar com os municípios a temática de saúde mental e trabalho, que é fruto de um plano de ação desenvolvido pelas referências da atenção primária à saúde, saúde do trabalhador e saúde mental, visando fortalecer e fomentar as discussões sobre o tema.

“Na verdade, é muito importante fazermos a discussão, inclusive dos sinais e sintomas relacionados não somente dos transtornos relacionados ao trabalho, mas todos os sinais e sintomas que podem anteceder a um transtorno mental com vínculo com o trabalho. Após o pior período da pandemia, surgiram reflexos de sofrimento mental devido ao trabalho, tanto dos profissionais de saúde, quanto de outros profissionais. Por isso a importância da verificação destes casos, visando a notificação desse agravo de importância para a saúde do trabalhador”, destacou Aline.

Créditos: Flávio A. R. Samuel

De acordo com o Grupo de Trabalho em “Saúde Mental e Trabalho” da GRS, composto pelas referências técnicas Pollyanna de Oliveira Silva, Rosana Linhares de Assis Figueiredo e Aline Graziele Fernandes Martins da Costa, houveram mudanças nas relações de trabalho com a pandemia de covid-19, especificamente na modalidade de trabalho de home-office, na qual muitos trabalhadores tiveram que se adaptar de forma rápida, modificando as relações de trabalho, trazendo também impacto na saúde mental desses trabalhadores.

A referência técnica da Coordenação de Saúde do Trabalhador da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e especialista em Psicologia do Trabalho, Cintia da Silva Marcelino Nunes, que ministrou palestra., buscou introduzir uma discussão sobre como as condições de trabalho podem ser determinantes sociais no processo de adoecimento e sofrimento mental, bem como uma reflexão sobre a necessidade de realizar anamnese ocupacional, para identificar os riscos psicossociais do trabalho, como, por exemplo: sobrecarga de trabalho, trabalho monótono, condições de trabalho precárias, condições de trabalho que oferecem risco à segurança dos trabalhadores, conflitos interpessoais, situações de violências, situações de assédio moral e outros.

“Encontros como este são importantes para fomentar a implementação da Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora no Estado, na perspectiva de que seja considerada, em todos os pontos da Rede de Atenção à Saúde, a atividade de trabalho realizada pelas pessoas, com as suas possíveis consequências para a saúde”, finalizou Cíntia.
Saúde Mental e Trabalho na Região

Desde 2004, o Transtorno Mental relacionado ao trabalho é de notificação compulsória, no Sistema de Informação de Notificação Compulsória (Sinan). Em 2019 o Ministério da Saúde ampliou a definição de caso para fins de notificação, incluindo por exemplo, episódios depressivos, alcoolismo, além de todo caso de sofrimento emocional em suas diversas formas de manifestação.

No período de 2017 a 2022 (dados atualizados em 23/11/22) o Estado teve 2.303 notificações de transtorno mental relacionado ao trabalho no Sinan. No mesmo período, apenas 8 casos foram notificados na Unidade Regional de Saúde de Itabira, por 5 municípios.

Autor: Flávio Augusto Ribeiro Samuel

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