Programa Miguilim chega às aldeias indígenas de Minas

Piloto é lançado na região de Itabira, com capacitação de profissionais da saúde e educação escolar indígena

E dizia Guimarães Rosa: “Minas são muitas”. Assim também são os mineiros. Nas Gerais, a Saúde é inclusiva. Programas como Miguilim – que agora vai atender estudantes indígenas – mostram o foco do Governo em levar saúde a todos os mineiros. O programa – que teve início em 2023 – atua nas escolas, identificando alunos com dificuldades auditivas e oculares, encaminhando para a Atenção Especializada.

Nos dia 20 e 21/5, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e a Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) realizam visita técnica em Carmésia, região de Itabira, para implantação do piloto do Programa Miguilim – Saúde Ocular nas Escolas Indígenas, contemplando ainda a cidade de Guanhães. Nestes municípios estão previstos atendimentos de 211 alunos indígenas de 5 a 18 anos.

Trata-se de parceria da SES-MG, SEE-MG, DSEI (Distrito Sanitário Especial Indígena) e lideranças, com apoio da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Itabira e Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Guanhães. Até 2026, o programa estará em todas as escolas indígenas de Minas.

Segundo a subsecretária de Redes de Atenção à Saúde da SES-MG, Camila Castro, o programa já passou por todo o estado com ações nas escolas. “Vamos fortalecer essas ações nas escolas indígenas, falando com lideranças, secretarias municipais de Educação e de Saúde”, diz. A analista educacional da SEE-MG, Sílvia Moraes, lembra que problemas oculares atrapalham o aprendizado. “O piloto foi pensado para o estudante indígena”, diz a analista, reforçando a ideia da parceria entre Saúde e Educação em prol dos povos originários mineiros.

Subsecretaria de Redes de Atenção à Saúde Camila Moreira de Castro fala durante encontro em Carmésia

Capacitação

Durante a visita no dia 21, na Escola Estadual Bacumuxá – aldeia Pataxó, ocorre a capacitação de profissionais de saúde e educação escolar indígena de Carmésia e Guanhães. A ideia é treiná-los a detectar necessidades em relação à visão e audição, fundamentais para um bom aprendizado.

Andressa Duarte, referência técnica da Saúde Indígena da GRS Itabira, diz que o programa deve diminuir desigualdades de assistência à saúde dos povos originários. Segundo ela, não há diferença no atendimento a indígenas e estudantes em geral no Programa Miguilim, mas é preciso considerar as especificidades dessas populações. “Há desafios culturais e linguísticos”, diz a referência, lembrando a importância da capacitação de profissionais que vão atuar nas aldeias.

Programa Miguilim

Das páginas de Guimarães Rosa veio a inspiração para o nome do programa. Miguilim, um menino do sertão, não entendia o universo dos adultos. Quando ganha uns óculos, começa a ver um mundo diferente, descrevendo tudo de forma intensa, cheia de impressões que antes desconhecia. O programa visa garantir a saúde visual e auditiva dos alunos da rede pública do estado, promovendo triagens em escolas, encaminhando alunos ao atendimento especializado. Além de fornecer óculos e aparelhos auditivos, o programa paga consultas especializadas e exames complementares, detectando precocemente as necessidades de crianças e adolescentes. Uma realidade que está chegando também aos estudantes indígenas de Minas.

Por: Thiago Bernardo – Ascom SES-MG – Nível Central / Fotos:

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