Profissionais de saúde reforçam a importância do aumento das coberturas vacinais durante encontro em Montes Claros 

“Chegamos a uma situação que o mais importante para a saúde coletiva é termos foco no aumento das coberturas vacinais de todos os segmentos da população para que doenças imunopreveníveis sejam evitadas. Por isso, neste momento, o carro chefe da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) é a busca do aumento das coberturas vacinais e, para isso, estão sendo disponibilizados mais de R$ 210 milhões a todos os municípios”.

As considerações acima foram feitas nesta quarta-feira (2/4), pela superintendente estadual de Epidemiologia, Aline Lara Cavalcanti Oliva, na abertura do encontro “Imunização: Responsabilidade Coletiva”, realizado em Montes Claros em uma parceria da SES-MG com o laboratório Pfizer. 

O evento, realizado no auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), reuniu cerca de 300 profissionais de saúde atuantes em hospitais e em 86 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros e das Gerências Regionais de Saúde (GRS) de Januária e Pirapora. 

Ainda na abertura do encontro, Aline Cavalcanti observou que “para que os municípios consigam aumentar as coberturas vacinais, superando as notícias falsas disseminadas em redes sociais, os profissionais de saúde precisam unir esforços com os mais diversos segmentos da sociedade civil organizada, entre elas, as escolas, visando empoderar e conscientizar lideranças e estudantes para o fortalecimento das ações de vacinação”.

Na mesma linha de raciocínio a coordenadora de Vigilância em Saúde da SRS Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, lembrou que “para superar a excitação vacinal de pessoas que são contra as vacinas, os profissionais de saúde precisam atuar de forma seletiva com dados e informações consistentes que evidenciam a importância das vacinas para a preservação da saúde e da vida da população em geral”.

Já a gerente de acesso público da Pfizer, Iris Augusta Medeiros, observou que “o trabalho conjunto dos profissionais de imunização e dos serviços municipais de atenção primária constitui uma importante estratégia de trabalho voltado para o aumento das coberturas vacinais, bem como para a disseminação de informações sobre o acesso de pacientes especiais a vacinas disponibilizadas por meio dos Centros de Referência em Imunobiológicos Especiais mantidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS)”. 

Por sua vez, Rita de Cássia Rodrigues, coordenadora de vigilância epidemiológica da Superintendência Regional de Saúde reforçou que as ações de vigilância em saúde alcançam melhores resultados a partir de trabalho conjunto implementado em parceria com os serviços municipais de atenção primária e de imunização.

Salvar vidas

    Ao proferir palestra sobre o impacto da vacinação na saúde pública, a farmacêutica da Pfizer, Lívian Jardim, observou que “atualmente Minas Gerais possui cerca de 14 mil pessoas com mais de 100 anos de idade. E o crescente aumento da expectativa de vida da população, que na década de 1920 girava em torno de 40 anos, só foi possível ser alcançado a partir do desenvolvimento de vacinas que impedissem a disseminação de doenças. Ou seja, as vacinas além de ser uma medida efetiva de prevenção contra doenças imunopreveníveis, elas salvam vidas”.

A farmacêutica lembrou ainda que uma pessoa que precisa de internação hospitalar por sete dias, pelo fato de ter contraído uma doença infectocontagiosa que poderia ter sido evitada por vacina, custa em média R$ 14 mil para o sistema público de saúde. Ou seja, um valor muito superior ao investimento que faz o Programa Nacional de Imunizações (PNI), coordenado pelo Ministério da Saúde (MS), ao disponibilizar de forma gratuita vacinas para todos os segmentos da população.

Na avaliação de Lívia Jardim, para que os profissionais dos serviços de saúde e demais segmentos da sociedade consigam desenvolver ações efetivas voltadas para o aumento das coberturas vacinais, é preciso ter foco em cinco abordagem: reforçar na população a confiança nas vacinas que exigem anos de investimentos e do trabalho de profissionais especializados para que tenham a eficácia necessária para a saúde da população; complacência, conveniência, comunicação e foco no contexto quando da abordagem do tema.

“Vacina gera inteligência imunológica. Ensina o corpo a combater vírus e bactérias, viabilizando com isso a eliminação de doenças por meio da ação de anticorpos. Cada vacina é uma evolução tecnológica que leva anos para ser desenvolvida. Por isso, o reforço da importância das vacinas para a saúde coletiva da população deve ser um trabalho constante, pois fortalece a prevenção contra doenças e efetivamente salva vidas”, assinalou Lívian Jardim.

Imunobiológicos especiais

Durante o encontro, a farmacêutica Carolina Ruback Cascardo, referência técnica da Coordenação de Assistência Farmacêutica da SRS Montes Claros, falou sobre a dispensação do medicamento Paxlovid, indicado para o tratamento da covid-19 em adultos que não requerem oxigênio suplementar, mas que apresentam risco aumentado de progressão para situação grave de saúde.

Na sequência o médico Mariano Fagundes, do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) Regional de Montes Claros, proferiu palestra com foco na vacinação contra a coqueluche; câncer do colo de útero e pênis (HPV); a importância das vacinas Dtpa, pentavalente, DTP e hexavalente que protegem contra a difteria, tétano, coqueluche, Hepatite B, poliomielite e Haemophilus influenzae B.

A programação do encontro também abordou o trabalho executado no Norte de Minas pelo Centro de Referência em Imunobiológicos Especiais (CRIE), sediado em Montes Claros. O Centro atende demandas de pessoas em condições clínicas especiais, entre elas cardiopatia crônica, pneumopatias e oncológicos.

Investimentos

Em agosto de 2023 a SES-MG disponibilizou mais de R$ 10,6 milhões a municípios e consórcios de saúde do Norte de Minas para a compra de 26 vacimóveis (veículos adaptados para ações de vacinação fora das unidades de saúde). 

Outros R$ 13,3 milhões foram repassados aos municípios para o reforço das ações de vacinação. Parte do valor compõe a parcela fixa disponibilizada de acordo com o número de habitantes de cada localidade.

Já o valor da parcela variável foi calculado conforme o aumento da cobertura vacinal por período de monitoramento, tomando por base 14 imunobiológicos: BCG (contra a tuberculose); rotavírus (contra infecções, entre elas a diarreia em crianças); pneumocócica (contra pneumonia e meningites); meningocócica; penta (contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria Haemophilus influenzae tipo b); poliomielite; febre amarela; tríplice viral dose dois (contra sarampo, rubéola e caxumba); poliomielite – primeiro reforço; DTP (contra a difteria, tétano e coqueluche); meningocócica – reforço; pneumocócica 10 – reforço; hepatite A e varicela.

O primeiro indicador de monitoramento tem como base a média de cobertura vacinal dos 14 imunobiológicos definidos como prioritários. A meta mínima de cobertura vacinal é 95% da população. 

O segundo indicador leva em conta o percentual de creches e escolas públicas municipais ou estaduais alcançadas com a realização de ações de vacinação extramuros, por parte dos municípios. Os gestores de saúde e da educação deverão assinar declaração das ações realizadas, associadas à anexação de fotografias.

Por: Pedro Ricardo / Fotos: Pedro Ricardo

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