O objetivo foi promover atualização técnica dos profissionais de saúde que atuam na vigilância e controle da raiva
A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Teófilo Otoni promoveu, nesta quinta-feira (10/4), o primeiro seminário regional para prevenção e controle da raiva. O evento aconteceu na Fundação Educacional Nordeste Mineiro, em Teófilo Otoni e reuniu médicos, enfermeiros, veterinários e Agentes de Combate às Endemias (ACEs) da região.
O superintendente regional de Saúde, Leonardo Figueiredo, destacou a importância da prevenção e do combate à raiva para a saúde pública devido sua letalidade em quase 100% dos casos, reforçando a necessidade da discussão entre os profissionais para efetividade das medidas de prevenção e controle.
A vigilância, controle e profilaxia da raiva foram os temas trabalhados durante o seminário. A referência técnica dos programas estaduais de raiva humana e animal da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Ludmila Ferraz de Santana, ressaltou que “em Minas Gerais, casos isolados da doença em humanos têm ocorrido de forma ocasional. No ano de 2022, foram registrados quatro casos de raiva humana envolvendo crianças indígenas da etnia Maxakali, na zona rural do município de Bertópolis. Em 2023, um caso humano foi confirmado no município de Mantena”, pontuou Ludmila que também foi uma das palestrantes do evento.
Cenário epidemiológico
A raiva é uma doença causada por um vírus que afeta o sistema nervoso central e pode levar à morte. Acomete mamíferos, inclusive o homem. É transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por mordedura, seguida de arranhadura e ou lambedura desses animais.
No Brasil, apesar dos avanços no controle da raiva transmitida por cães e gatos, o país enfrenta novos desafios com os casos de raiva humana causados por variantes do vírus da raiva em morcegos. De 2005 a 2024, os casos de raiva registrados em morcegos representam 86%. Atualmente, a transmissão por morcegos é a principal fonte de infecção da raiva em humanos no país.
Frederico Toledo, médico infectologista da Força Estadual do Sistema único de Saúde (SUS) enfatiza que a profilaxia da raiva em pessoas agredidas previne a ocorrência de novos casos. “Quando houver um incidente envolvendo mordidas ou arranhões por animal potencialmente transmissor de raiva, lave a ferida com água e sabão e procure imediatamente o posto de saúde para prescrição adequada de esquema antirrábico, se necessário”, orientou o médico. Ele explicou ainda que, apesar da doença ser 100 % letal, é também 100% imunoprevenível.
O médico José Eudus, do município de Frei Gaspar, pontuou que o evento foi de extrema relevância, pois possibilitou a integração dos profissionais da saúde humana e animal, com esclarecimentos em relação ao controle de morcegos, a vigilância de cães e gatos e atualização dos protocolos para profilaxia humana, ampliando seu conhecimento na prática clínica.
A importância da Campanha Antirrábica Animal foi destacada por Andrea Sousa Uzel, coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador da Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni. Anualmente a SRS Teófilo Otoni oriente os municípios quanto à sua operacionalização e a necessidade de reforçar as orientações à população, mostrando a importância de manter seus cães e gatos vacinados para o controle da raiva, pois protegendo esses animais, estamos protegendo toda a população e evitando assim a transmissão da doença, pontuou Uzel.
Por Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni / Foto: Edmilson Barbosa de Carvalho