Participação da população é essencial para eliminar os focos da dengue

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Agentes de endemias revelam as dificuldades encontradas em campo e esperam que moradores se conscientizem da importância do trabalho em conjunto

Com as chuvas que vieram com mais frequência nos últimos dias no Vale do Aço, os criadouros da larva do mosquito transmissor da dengue e da febre chikungunya ficaram mais evidentes, especialmente com a falta de cuidado de boa parte da população.

Diversas larvas do mosquito transmissor foram encontradas em residências. Crédito: Roberto Bertozi

Em visita às casas no bairro Ana Rita, no município de Timóteo, a referência técnica do Serviço de Controle de Endemias da Superintendência Regional de Saúde de Coronel Fabriciano, Juniel Scarabelli, juntamente com os agentes de endemias daquele município, Inácio Torres e Paloma Graziela, comprovam que é preciso uma maior conscientização de toda a população.

Nas residências, os agentes de endemias enfrentam diversos problemas, como moradores que não abrem as portas para a análise do local e eliminação de possíveis focos, resistência em atender aquilo que é pedido para que a dengue (e a chikungunya) não vençam a batalha contra a população, como a simples ação de manter as caixas d’água fechadas e com tampa e manter os quintais limpos.

“É preciso que a população entenda que não há programa de governo capaz, unicamente, de acabar com o problema da dengue e a proliferação do mosquito. Se não houver uma conscientização de que as pessoas são as principais responsáveis pela aniquilação dos focos, a dengue vai sempre existir”, revela Inácio Torres, agente de endemias há 33 anos e com vasta experiência em trabalho de campo.

Cuidados básicos

O LIRAa é um mapeamento rápido que identifica os criadouros predominantes e a situação de infestação do município, permitindo um direcionamento das ações de controle para as áreas mais críticas. “Identificamos as áreas com maior índice para após intensificarmos as ações em cada local”, esclarece Juniel Scarabelli, que acrescenta a importância de toda a população ficar atenta aos cuidados básicos, evitando a doença.

Nessa visita às casas em Timóteo foram encontrados diversos locais com caixas d’água destampadas, centenas de garrafas pets espalhadas, baldes, bacias, tampinhas de garrafas, frascos, lonas em cimas dos telhados das moradias, tudo sem proteção, transformando-se em potenciais focos do vetor da dengue e chikungunya. “Sem contar muitas larvas que encontramos em reservatórios de água para animais, que precisam também ser limpos periodicamente”, pontua Paloma Graziela, agente de endemia de Timóteo.

Autor: Roberto Bertozi

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