A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) realizou, em Passos, uma Oficina de Qualificação em Vigilância de Vírus Respiratórios, com o objetivo de preparar os municípios da região para o período sazonal das doenças respiratórias. A ação reforça a importância da detecção precoce de surtos gripais e casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), garantindo resposta mais rápida e eficaz da rede de saúde.
Promovida pela Diretoria de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Imunização (DVDTI) e pela Coordenação dos Programas de Vigilância de Doenças Transmissíveis Agudas (CPVDTA), a oficina contou com a participação do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (Nuvepi) da SRS Passos e reuniu representantes de vigilância em saúde e epidemiológica dos 27 municípios da região.
Preparação para o enfrentamento das doenças respiratórias
A coordenadora do Nuvepi, Márcia Aparecida Silva Viana, destacou que a SRAG ainda representa importante causa de internações e óbitos, especialmente em idosos. Ela lembrou que, diante do aumento de casos de bronquiolite em crianças, a SRS Passos já havia realizado treinamento para médicos e enfermeiros, em parceria com a Santa Casa de Passos, garantindo atendimento mais ágil e seguro.
“Nosso compromisso é estruturar cada vez mais a rede assistencial para atuar de forma assertiva, prevenindo complicações e qualificando o atendimento a pessoas acometidas por vírus respiratórios”, reforçou.
Temas abordados
Durante a oficina, que aconteceu no dia 12/08, foram discutidos temas fundamentais para fortalecer a vigilância em saúde, entre eles:
- aprimoramento da notificação nos sistemas e-SUS Notifica e Sivep Gripe;
- capacitação para coleta, armazenamento e envio de amostras à Fundação Ezequiel Dias (Funed);
- necessidade de treinamentos contínuos, devido à alta rotatividade de profissionais;
- integração entre os níveis de atenção primária, hospitalar e vigilância em saúde.
Segundo Maria Caroline Santos Maciel, consultora da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e integrante da DVDTI, a falta de integração entre os diferentes níveis de atenção impacta diretamente a qualidade das informações.
“Quando o fluxo de comunicação não é eficiente, a resposta às situações de risco fica prejudicada. É fundamental fortalecer essa articulação para garantir respostas rápidas e efetivas”, avaliou.
Qualificação também para COVID-19
Outro ponto debatido foi a manutenção da vigilância da COVID-19, incluindo os casos leves, cuja notificação segue obrigatória.
De acordo com Michelle Elaine Siqueira Ferreira, consultora da Opas e integrante da CPVDTA, foi disponibilizado um formulário para que os municípios apontassem seus principais desafios e sugestões de melhoria.
“A ideia é qualificar a vigilância de COVID-19 para além dos casos graves, garantindo dados mais completos e estratégias de intervenção mais eficientes”, explicou.
Texto e Foto: Enio Modesto