Oficina debate estratégias para o aumento das coberturas vacinais no Norte de Minas

A integração dos trabalhos das equipes de Vigilância em Saúde, Imunização e da Atenção Primária à Saúde, incluindo os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), enfermeiros e médicos, é fundamental para viabilizar o aumento das coberturas vacinais. Aliado a isso, o compartilhamento de informações e de experiências exitosas, juntamente com investimento em capacitações com foco na melhoria da qualificação das ações de imunização, possibilitam aos municípios avançar na superação das notícias falsas contra as vacinas e na conscientização da população quanto à importância da prevenção contra doenças imunopreveníveis. 

Esses foram alguns dos temas debatidos nos dias 2 e 3/12 durante a realização da Oficina Estratégias para o aumento das coberturas vacinais nos ciclos de vida em Minas Gerais, envolvendo mais de 130 profissionais de saúde de 54 municípios que integram a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros. Nesta quarta e quinta-feira, 4 e 5/12, a oficina terá continuidade com a participação de profissionais de 32 municípios jurisdicionados às Gerências Regionais de Saúde (GRS) de Januária e Pirapora. 

Além de avaliar o cenário das coberturas vacinais no Norte de Minas e conhecer experiências exitosas de ações de imunização implementadas na região, a oficina teve como foco orientar os profissionais quanto à elaboração de planos de ações municipais voltados para a melhoria das coberturas vacinais. Entre os eixos que devem ser levados em conta estão: gestão de recursos humanos; qualificação profissional; infraestrutura; logística; organização do território; identificação de populações vulneráveis e estabelecimento de parcerias estratégicas.

“Pensar na implementação de estratégias mais eficazes é uma necessidade para que os municípios obtenham êxito nas ações de imunização”, observou Adriana Coelho, referência técnica da Coordenação Estadual de Imunizações da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). 

Na mesma linha de raciocínio, Tales Philipe Rodrigues da Silva, professor do Departamento Materno Infantil da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) destacou que “a revisão dos processos de trabalho para estratégias de vacinação constitui medida importante a ser adotada pelos municípios, visando a elaboração de planos de ações factíveis para o alcance de melhores resultados”.

Por sua vez, Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de Vigilância em Saúde na SRS Montes Claros, lembrou que “o alcance de bons resultados se torna mais viável quando os profissionais de saúde de diferentes áreas trabalham juntos, o que é o caso da necessidade de melhoria das coberturas vacinais”.

Ao falar sobre a iniciativa da SES-MG de unir esforços com a UFMG e com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Adriana Coelho, referência técnica da Coordenação Estadual do Programa de Imunizações, destacou que o planejamento e o estabelecimento de parcerias intersetoriais viabiliza aos municípios ampliar o apoio às ações de vacinação. 

“No segmento da saúde, todos os municípios possuem fortalezas e dificuldades. Por isso, é importante que os profissionais conheçam a realidade dos seus territórios para que possam organizar processos de trabalho que viabilizem o alcance de resultados com mais credibilidade e menos esforço”, reforçou a referência técnica.

Imuniza coração

Durante a oficina, uma das experiências exitosas destacadas foi o “Programa Imuniza Coração: Estratégias Eficazes para o Sucesso na Vacinação”, implementado pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Coração de Jesus. Essa experiência foi uma das publicadas em agosto na Revista OPESV, com o objetivo de fortalecer e divulgar estratégias eficazes de imunização implementadas em Minas Gerais.

O programa foi criado em 2022 diante da necessidade detectada pelo município de aumentar a confiança da população na prevenção contra doenças imunopreveníveis; facilitar o acesso e superar os desafios de resistência às ações de vacinação. 

Por meio de parcerias estabelecidas com escolas, instituições de saúde, lideranças religiosas e organizações comunitárias “identificou-se que a resistência à vacinação e a desinformação eram fatores críticos que precisavam ser abordados com urgência para assegurar o sucesso das estratégias de aumento da cobertura vacinal. Diante dessa realidade, entre as estratégias, foram realizadas campanhas educacionais; ações de imunização em postos móveis; horários flexíveis e parcerias com lideranças comunitárias”, relata a publicação da revista. 

Como resultados, em 2023 Coração de Jesus alcançou índice de cobertura vacinal de 98,88% da população, percentual este que, em 2021, estava abaixo de 95% preconizado pelo Programa Nacional de Imunizações, coordenado pelo Ministério da Saúde (MS).

Por: Pedro Ricardo / Foto: Pedro Ricardo

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