Oficina de implantação da Linha de Cuidado Materno Infantil ocorre na macrorregião de Saúde Oeste

Com esta ação, a SRS Divinópolis cumpre algumas das metas propostas no Plano Regional Integrado (PRI) que tem como prioridade sanitária a Rede Materno Infantil

A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis por meio da Coordenação de Redes de Atenção à Saúde (Cras), Núcleo de Vigilância Epidemiologia (Nuvepi) e Comitê Regional de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal realizou a Oficina de Implantação da Linha de Cuidado Materno Infantil na macrorregião de Saúde Oeste nesta quarta-feira, 21/5, no auditório da Universidade Federal de São João del-Rei, Campus Dona Lindu (UFSJ), em Divinópolis.

O encontro foi  uma parceria  com a UFSJ e o Programa Núcleo de Atenção à Saúde da Coletividade como Estratégia de Rede (Nascer) e ocorreu em alusão ao Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna, celebrado dia 28/5.

O objetivo foi apresentar o material publicado no final de 2024 “Linha de Cuidado Materno Infantil SES-MG e Estratificação de Risco Gestacional”, bem como estimular a participação do público alvo nas propostas e atividades de implementação da referida Linha de Cuidado nos territórios. Com esta ação, a SRS Divinópolis cumpre algumas das metas propostas no Plano Regional Integrado (PRI) que tem como prioridade sanitária a Rede Materno Infantil. 

A referência em epidemiologia da SRS Divinópolis ressaltou a importância da qualificação da rede e dos profissionais às principais causas de óbitos obstétricos diretos, como as síndromes hipertensivas (pressão alta). Outro ponto ressaltado pela referência é que a macrorregião de Saúde Oeste melhorou a estrutura assistencial, mas que agora é necessário focar nos processos de trabalho. 

“A redução da mortalidade materna e infantil é uma meta mundial dentre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU). Em Minas Gerais, espera-se que até 2027 a taxa de mortalidade infantil esteja em um dígito, ou seja, menor que 9,9 óbitos infantis por mil nascidos vivos”, destacou  a referência em Epidemiologia da SRS, Nayara Dornela.

O coordenador de Redes de Atenção à Saúde da SRS Divinópolis e presidente do Comitê Regional de Prevenção à Mortalidade Materna, Infantil e Fetal, Carlos Antônio Silva, destacou os avanços na região para a melhoria da assistência à saúde das gestantes e das crianças. “Teremos em breve o hospital regional em Divinópolis, que será uma referência de maternidade para a região, reestruturação de leitos de Unidade de terapia Intensiva em Divinópolis e Formiga, além de 10 novos leitos de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) pediátrico no município de Bom Despacho”, destacou o coordenador.

A médica obstetra da Fundação Osvaldo Cruz ( Fiocruz), Regina Aguiar, destacou que muitas gestações ocorrem de forma não planejada, sendo um grande desafio para a saúde materno infantil. “Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 40% das gestações não são planejadas. Na América do Sul, esse número chega a 62% e, no Brasil, cerca de 55%. A falta de planejamento está ligada a um risco elevado de cuidados pré-natais inadequados e complicações durante a gravidez. Isso impacta na mortalidade materna e infantil, aumenta a prematuridade e dificulta a vacinação e a amamentação exclusiva. Este cenário requer atenção urgente”.

Situação materno infantil em Minas e macro de saúde Oeste

Os municípios contam hoje com dois instrumentos para mobilização da organização da rede Materno Infantil são Rede Alyne (Ministério da Saúde), Plano de Enfrentamento da Mortalidade Materna e Infantil (Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais), além Plano Regional Integrado (PRI) da SRS Divinópolis.

Para a referência da Atenção Primária da SRS Divinópolis, Lucimara Osório,  a  macrorregião de Saúde oeste otimizou muito a organização da estrutura da Rede de Atenção à Saúde com melhoria do acesso ao pré-natal de alto risco, hospitais que realizam parto, maternidades de alto risco. 

“Fortalecemos os Comitês Municipais de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal. Essa organização de estrutura e processos regionais têm proporcionado a melhoria dos indicadores regionais. Porém ainda temos muito que qualificar o cuidado materno-infantil principalmente no componente pré-natal”, destacou a referência da Atenção Primária.

Um dos motivos mobilizadores para a realização da oficina foi a alta taxa de mortalidade materna na macrorregião de Saúde Oeste que, em 2024, chegou a quase 54 óbitos por 100 mil mulheres grávidas. Esse número é superior ao do Estado de Minas, que, no mesmo ano, apresentou uma taxa de quase 40 por 100 mil. 

“São óbitos maternos obstétricos diretos. Ou seja, são óbitos resultantes de complicações obstétricas durante a gravidez, parto ou puerpério. Muitos destes óbitos poderiam ser evitáveis com melhoria na qualidade da assistência ao pré-natal e ao parto”, pontuou a referência de Atenção Primária.

Por outro lado, a taxa de mortalidade infantil na macrorregião de Saúde Oeste foi melhor do que a do Estado. Enquanto em Minas foram 11,3 óbitos por mil, na região este número ficou em 10,4. “Porém os valores encontram-se praticamente constantes o que se torna um desafio para atingir o parâmetro ideal, menor que 1 dígito ( menor que 10). Hoje o ponto crítico deste indicador é reduzir a mortalidade infantil de crianças até 7 dias de vida. Este indicador é muito sensível à melhoria da assistência ao pré-natal considerando que muitas crianças morrem nesta idade devido a complicações maternas que afetam o recém-nascido”, frisou a referência.

Por: Willian Pacheco / Foto: Willian Pacheco

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