Oficina da Rede Amamenta e Alimenta Brasil motiva os municípios da região de Ipatinga e Cel. Fabriciano

Imagem

Alimentar as crianças exclusivamente com o leite materno por pelo menos seis meses é um dos grandes desafios encontrados por profissionais de saúde de todo o país que atuam no cuidado às famílias, especialmente no contato direto com as mães de recém-nascidos. Como forma de conter esse problema ou ao menos minimizá-lo, evitando complicações para a saúde das crianças, a Superintendência Regional de Saúde de Coronel Fabriciano organiza desde terça-feira (13) uma série de oficinas da Rede Amamenta e Alimenta Brasil, evento que conta com as referências técnicas da microrregião de Ipatinga e Fabriciano, num total de 22 municípios. O encontro, voltado para enfermeiros e nutricionistas, será encerrado nesta quinta-feira (15), na Faculdade Pitágoras, em Ipatinga.

O objetivo é formar para a rede de atenção básica nos municípios, tutores que irão apoiar, fortalecer, planejar, acompanhar e avaliar as ações de promoções, proteção e apoio ao aleitamento materno. O superintendente regional de saúde, Anchieta Poggiali, destacou a importância de as referências técnicas dos municípios transformarem as informações obtidas em base de apoio às mães e às famílias. “O enfermeiro e o nutricionista, assim como outros profissionais de saúde, são quem se encontra diretamente com as pessoas nas unidades básicas, que tem essa relação mais próxima com as mães e que devem se capacitar para levar os melhores métodos a cada uma delas”, frisou.

Números que preocupam

Dados mostram que atualmente nas capitais brasileiras, em média, o aleitamento materno exclusivo – em crianças menores de quatro meses – é de apenas 54 dias – período considerado insuficiente e preocupante. “Além de não respeitar tempo adequado, as mães introduzem outros alimentos de forma precoce, como bolachas, salgadinhos, entre outros. Mesmo frutas, verduras e legumes, apesar de saudáveis, não são recomendados para crianças nessa faixa etária”, destacou a referência técnica de Promoção da SRS Coronel Fabriciano, Aline Eliane dos Santos. Ela acrescenta ainda que a média de crianças que consomem outro tipo de leite com menos de 30 dias após o nascimento é de 21,4% na região sudeste, também não recomendado.

Enfermeiros e nutricionistas fizeram uma simulação do que acontece na realidade do contato com as famílias

Dinâmicas

O curso da Rede Amamenta e Alimenta Brasil é também marcado por oficinas, em que as referências discutem na prática a realidade vivenciada por eles no dia a dia das famílias. Num delas, alguns participantes simularam situações reais nas unidades básicas de saúde, especialmente no que diz respeito ao contato dos agentes comunitários de saúde com as famílias, e das experiências no convívio mais próximo com as mães.

Depois de duas apresentações, foram levantados os fatores que mais influenciam no aleitamento materno feito sem o devido cuidado. Tais questões são as mais variadas, mas fatores culturais e sociais são os que mais influenciam. “No contato com as famílias a gente percebe que ainda existe falta de informação, às vezes até resistência, por isso a importância de oficinas e cursos para que alinhemos o discurso em todos os municípios”, explica Isabel Cristina Domingues, enfermeira da secretaria de saúde de Timóteo. Ela destaca ainda que é fundamental falar de maneira mais direta e pessoal com as mães, explicando como deve se feito e a importância do aleitamento materno. “Falar dos problemas para a saúde das crianças que podem ser evitados com a amamentação como principal fonte de nutrientes”, acrescenta.

Naiara Rochele Alves, nutricionista e referência técnica do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) da Prefeitura de Ipatinga, destaca que as oficinas e o contato com outras realidades contribuem para uma melhor capacitação de todos os agentes. “Nossas referências em nutrição estão no curso e, com mais conhecimento adquirido, fica mais completa a transmissão de informações para as famílias, diretamente nas unidades básicas”, pontuou.

Autor: Roberto Bertozi

Rolar para cima