Alimentar-se adequadamente durante a gravidez e no período da amamentação é muito importante não só para a saúde da mãe, mas também para o desenvolvimento do bebê. Segundo a nutricionista Raquel Bicalho, colaboradora da Rede Mães de Minas, uma alimentação balanceada pode até prevenir as tão temidas azias e enjoos, além de reduzir os riscos de doenças. De acordo com a nutricionista, a alimentação da gestante deve ser completa em termos de sua composição. Deve conter fontes de carboidrato, proteína, lipídeo, vitaminas, minerais e fibras. “Quanto mais variada a alimentação, maior a chance de se obter quantidades adequadas de cada um desses componentes. Os carboidratos, por exemplo, correspondem a 60% da dieta e são importante fonte de energia para a gestante e para o feto. Deve-se preferir os complexos, como massas e pães integrais”, explica.
As proteínas, destaca Raquel Bicalho, correspondem a um percentual de 15% a 20% da dieta, desempenham importante papel no crescimento do feto, e estão presentes no arroz com feijão, carnes magras, peixes, aves, leite e derivados. “Lembrando que as carnes devem ser muito bem cozidas e recomenda-se os queijos brancos”, ressalta ela, ao reforçar ainda que os lipídeos presentes no azeite, castanhas e amêndoas devem compor de 25% a 30% da dieta e são importantes no papel de reserva de energia. As frituras devem ser evitadas.
Nutrientes como o cálcio, ferro, ácido fólico e vitamina C também são essenciais durante a gestação. Raquel observa que as grávidas têm recomendações aumentadas para esses nutrientes e podem encontrá-los nas carnes magras, suco de laranja, leguminosas, verduras, vegetais folhosos verde escuros (couve, espinafre, agrião, rúcula) e carne de fígado. A dica é: quanto mais colorido o prato, melhor.
Presentes nos farelos integrais, verduras e legumes, as fibras também são importantes para garantir o funcionamento intestinal e controlar o ganho de peso. Para aproveitar melhor o nutriente, recomenda-se nunca coar sucos e preferir os carboidratos integrais.
No caso das mães com intolerância a lactose, alimentos como beterraba, feijão, gema de ovo e lentilha são ricos em cálcio e minimizam a ausência do leite. No entanto, é recomendada a suplementação de cálcio. O acompanhamento nutricional é importante para saber se a ingestão está adequada, já que este é um nutriente que tem sua recomendação aumentada na gravidez.
Quando o assunto é azia e enjoos, Raquel alerta: “Esses sintomas são muito comuns e também muito pessoais. Às vezes, o que causa azia em uma gestante pode não causar na outra. Mas, em geral, quando se fraciona a dieta em mais refeições, com pequenas quantidades ao dia, e evita-se café, chás, doces, frutas cítricas, frituras e alimentos muito gordurosos, isso contribui para que os sintomas não apareçam. Além disso, o gengibre é tido como um alimento que afasta esses sintomas, mas deve-se verificar a individualidade de cada gestante.”
A mãe que amamenta
Uma alimentação equilibrada e o consumo de bastante água são fundamentais para a mãe que amamenta. Deve-se levar em consideração os nutrientes recomendados para as grávidas, além de variar bastante o cardápio para garantir que todos os requerimentos sejam alcançados, garantindo assim a saúde do bebê e da própria mãe. “Ela deve observar os alimentos que causam cólicas no bebê e evitá-los”, acrescenta Raquel Bicalho. A nutricionista vai além: ao contrário do que diz a crença popular, a produção do leite não é prejudicada nem melhorada pelos tipos de alimentos consumidos. Portanto, não há como produzir mais leite apenas ingerindo certo tipo de comida.
Outro dúvida frequente diz respeito ao bebê tem intolerância a lactose. “Nesses casos, a mãe deve continuar amamentando. O leite materno contêm lactose em pequenas quantidades e seus benefícios são bem maiores que sua retirada nesse momento. Deve-se evitar alimentos lácteos para que o leite materno fique isento das proteínas do leite da vaca e retirar os derivados do leite da complementação da dieta do bebê, caso já esteja havendo complementação”, conclui Raquel.
Saiba mais
Para saber mais sobre alimentação da gestante, da mãe e do bebê, acesse www.redemaesdeminas.com.br. Além de dicas sobre saúde, você encontra uma rede social onde pode trocar experiências e tirar dúvidas com outras mães e profissionais de saúde. Há ainda uma série de aplicativos para acompanhar a gravidez e o pós-parto. Para aproveitar tudo isso, basta fazer o cadastro. A Rede Mães de Minas é uma parceria da Secretaria de Saúde de Minas Gerais, por meio do Programa Mães de Minas, com a Fundação Assis Chateaubriand. O objetivo do projeto é levar conteúdos educativos às gestantes e mães mineiras, a fim de contribuir para a redução da mortalidade materna e infantil no estado.
Autor: Assessoria de comunicação da Fundação Assis Chateaubriand