A equipe do Serviço de Recursos Vegetais e Opoterápicos (SRVO/DPD) da Fundação Ezequiel Dias (Funed) participou de depósito de pedido de patente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ocorrido neste mês de março. A patente tem como título “Composição farmacêutica contendo melitina para tratamento da candidíase vulvovaginal e usos” e tem como inventores o pesquisador Júlio Brito (SRVO/Funed), além dos pesquisadores da UFMG Bárbara Gatti, Valbert Cardoso, William Lima e Simone Odília.
A nova composição é em forma de creme/emulsão do tipo óleo em água (O/A), de base não-iônica, contendo melitina – composto presente no veneno das abelhas – em seu princípio ativo, com ação antifúngica contra espécies do gênero Candida. O produto pode ser utilizado como medicamento de uso tópico para tratamento da candidíase, infecção comum da vulva e da vagina que ocorre, em geral, quando o sistema imunológico está debilitado, causando um desequilíbrio na flora vaginal, com predomínio de agentes agressores, como bactérias e fungos.
O tratamento com melitina é uma alternativa para microrganismos resistentes aos fármacos já existentes, pois, “comparando a candidíase tratada com a melitina e com os medicamentos tradicionais, observamos que a cândida não ficou resistente à melitina por até 21 dias, o que não foi observado nos demais fármacos analisados”, explica o pesquisador Júlio Brito. Outra vantagem pontuada por Júlio é a valorização da cadeia apícola brasileira, por ser um ativo de produção nacional. “O uso dos produtos apícolas na saúde humana auxilia na preservação das abelhas e do meio ambiente. Além disso, temos uma matéria-prima brasileira, nos tirando da dependência de fármacos produzidos na China ou na Índia”, avalia.
Melitina
A melitina é um polipeptídeo com 26 aminoácidos e representa boa parte da composição do veneno das abelhas. Além do efeito antimicrobiano, esse apiterápico também apresenta efeito anti-inflamatório, o que favorece no processo de tratamento da infecção.
Autor: ASCOM Funed