A partir deste mês toda a rede de urgência e emergência do Norte de Minas vai passar por diagnóstico detalhado com o objetivo de atualizar informações sobre a estrutura atualmente disponível, problemas existentes e alternativas de encaminhamento de soluções. A decisão foi tomada nesta quinta-feira, 11/05, durante reunião do Comitê Gestor de Urgência e Emergência do Norte de Minas que envolve representantes de instituições prestadoras de serviços (hospitais, Corpo de Bombeiros, Serviço Móvel de Urgência – Samu) e instituições governamentais, entre elas a Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS) e as gerências regionais de saúde de Januária e Pirapora.
A sugestão foi apresentada pelo superintendente regional de saúde de Montes Claros, Maquieden Durães Viriato e foi aprovada pelos gestores municipais e pelo Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Norte de Minas (Cosems). Eles levaram em conta a necessidade de se rever, o mais urgente possível, o funcionamento de toda a rede de urgência e emergência da região uma vez que muitos são os problemas já identificados em várias cidades polo. O diagnóstico será feito por comissão formada por representantes das instituições prestadoras de serviços, gestores municipais de saúde, Cosems, SRS e gerências regionais de saúde de Januária e Pirapora.
Durante a reunião desta quinta-feira a Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros (SMS) apresentou proposta de inclusão do Hospital Alpheu de Quadros na rede de urgência e emergência do Norte de Minas uma vez que a instituição já funciona 24 horas por dia. Com a ampliação da capacidade de atendimento das demandas da população e do próprio Samu a Secretaria Municipal de Saúde entende que o Hospital terá condições de contribuir com a redução da superlotação dos prontos socorros dos hospitais Aroldo Tourinho e Santa Casa.
O diretor de atenção à saúde da SMS, Bruno Pinheiro de Carvalho ressaltou que, por ano, a Prefeitura arca com mais de R$ 8,4 milhões com o pagamento de profissionais de saúde e compra de materiais para o funcionamento do Alpheu de Quadros. Com 25 médicos emergencistas e 15 médicos especialistas, por ano o Hospital Alpheu de Quadros atende mais de 8,8 mil pacientes oriundos de vários municípios do Norte de Minas.
Desta forma, Bruno Carvalho entende que a inserção do Hospital Alpheu de Quadros na rede de urgência e emergência da região se faz necessária a fim de que a instituição possa receber recursos financeiros governamentais para atender a demanda da população que não reside apenas em Montes Claros mas no Norte de Minas como um todo.
A diretora do Hospital Municipal de Várzea da Palma, Viviane Gonçalves também apresentou proposta para inserção da instituição de saúde daquela cidade à rede de urgência e emergência. Atualmente o Hospital que possui 35 leitos e bloco cirúrgico não recebe nenhum incentivo financeiro para o atendimento de pacientes por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto a Prefeitura gasta mais de R$ 5 milhões por ano para a manutenção das atividades.
DEMANDAS
Várias lideranças destacaram a importância da revisão de toda a rede de urgência e emergência do Norte de Minas e a ampliação de serviços nas cidades polo de microrregiões, objetivando reduzir a demanda de pacientes que se deslocam para Montes Claros em busca de atendimento.
No caso específico do Hospital Alpheu de Quadros o superintendente regional de saúde lembrou que a ampliação dos serviços prestados pela instituição possibilitará reduzir a demanda de pacientes que são obrigados a procurar atendimento na Santa Casa e no Hospital Universitário. Além disso, nos casos menos graves, o Alpheu de Quadros poderá dar suporte ao atendimento de pacientes socorridos pelo Samu, além de contribuir para a ampliação dos serviços de atenção primária à saúde.
Por sua vez, o presidente regional do Cosems, Sinval Alves salientou a importância da ampliação e fortalecimento da rede de urgência e emergência da região levando-se em conta que as demandas são crescentes e, por isso, há necessidade de se rever a estrutura atualmente existente. Além disso o presidente do Cosems entende que a Associação de Municípios da Área Mineira da Sudene precisa ser envolvida nas discussões das questões relativas a saúde, uma vez que os prefeitos precisam estar cientes das demandas de atendimento das necessidades da população.
A diretora do Consórcio Intermunicipal de Urgência e Emergência do Norte de Minas (Cisrun), Kelly Cristina de Moura Lacerda também destacou a importância da revisão da rede norte-mineira levando-se em conta que, somente em 2016 o Samu realizou 3 mil 225 transferências de pacientes entre cidades do Norte de Minas, uma média de 270 por mês.
Já neste ano Kelly Lacerda revelou que enquanto outros quatro consórcios de urgência e emergência existentes no Estado realizaram, juntos, 374 transferências de pacientes no Norte de Minas o Samu já efetuou o transporte de 208 pacientes para atendimento em outros municípios.
Autor: Pedro Ricardo