Um treinamento sobre o Sistema de Monitoramento das Doenças Diarréicas Agudas (MDDA) foi realizado, na segunda-feira, 13 de fevereiro, junto às referências técnicas dos 37 municípios da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora, por meio do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da SRS.
No evento, foram repassadas instruções sobre os procedimentos a serem realizados pelas equipes técnicas. Segundo Lidiane Silva Dutra, responsável técnica da Vigilância Epidemiológica, o treinamento permite direcionar os municípios a desenvolverem ações efetivas. “O objetivo desse treinamento é fazer com que as referências técnicas possam monitorar, de maneira mais ampla e efetiva, os casos de doenças diarreicas agudas, visando detectar precocemente surtos da doença; investigar as causas; manter atividades contínuas de educação em saúde; aprimorar as medidas de prevenção e controle, além de reduzir a mortalidade”, explica.
Crianças de até 5 anos são público vulnerável
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as DDAs foram consideradas a segunda principal causa de morte em crianças menores de 5 anos, em 2017.
No Brasil, são notificados anualmente uma média de 4 milhões de casos de DDA. As regiões Sudeste e Nordeste apresentam, historicamente, a maior proporção de casos.
O que são as DDAs?
As doenças diarreicas agudas (DDAs) são infecções gastrointestinais que se manifestam clinicamente com o aumento do número de evacuações e ou a diminuição da consistência das fezes;
• Podem ser acompanhadas de náuseas, vômito, febre e dor abdominal e, em alguns casos, presença de muco e sangue (disenteria);
• Podem ser causadas por bactérias, vírus ou parasitas;
• São caracterizadas pela perda excessiva de água e eletrólitos nas fezes e/ou vômitos;
• A maioria dos episódios dura de algumas horas a cinco dias, sendo em geral, doenças autolimitadas com duração de até 14 dias;
Como acontece a contaminação?
Pode acontecer transmissão direta ou indireta:
Transmissão direta: pessoa a pessoa (por exemplo, mãos contaminadas) e de animais para pessoas;
Transmissão indireta: ingestão de água e alimentos contaminados e contato com objetos contaminados.
Suporte para os municípios
Carlos Henrique Petters, referência técnica do município de Rio Novo, diz que o treinamento é importante para adquirir conhecimento e meios de conscientizar a população. “No nosso município existem muitas minas de água, e as pessoas acreditam que não há problema em beber dessas fontes. Mas sempre estamos tentando conscientizar, com placas, anúncio em rádio, e até mesmo interdição de alguns locais. Esse treinamento pode nos dar mais suporte”, relata.
O sistema de notificações
O Sistema Informatizado de Vigilância Epidemiológica de Doenças Diarreicas Agudas (SIVEP-DDA), é onde são registrados: casos, surtos, planos de tratamento e unidades de saúde que atendem DDA, conforme cada município e semana epidemiológica do ano.
Em Minas Gerais, no ano de 2022 foram notificados 505 mil casos da doença, segundo maior número dos últimos 10 anos. Levando em conta a média anual do país, o estado foi responsável por mais de 10 por cento das notificações.
Autor: Jonathas Mendes