Municípios do norte de Minas superam a meta de vacinação contra a paralisia infantil

Cerca de 80% dos 53 municípios que compõem a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde de Montes Claros (SRS), no Norte de Minas, alcançaram a meta de vacinação de 95% das crianças contra a poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil. A campanha foi encerrada na primeira quinzena deste mês com 14 municípios alcançando 100% de imunização de bebês que ainda não completaram um ano e crianças com até quatro anos de idade. Outros 28 municípios obtiveram cobertura vacinal acima de 95%.  Em toda a área de abrangência da SRS de Montes Claros a cobertura vacinal atingiu 96,21%, totalizando a aplicação de 67 mil 163 doses de vacina. A estimativa inicial era de que seriam aplicadas 69 mil 812 doses da vacina.

 

O coordenador do Núcleo de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Superintendência Regional de Saúde, João Geraldo de Rezende entende que a cobertura vacinal ficou dentro da expectativa da Secretaria de Estado de Saúde, bem como dos municípios. Isso porque, levantamento concluído pela SRS aponta que a vacinação de crianças com idade inferior a um ano ultrapassou a meta anteriormente prevista de 7 mil 580 bebês. Ao todo foram imunizadas 8 mil 110 crianças na faixa etária inferior a um ano.  Em onze municípios onde a cobertura vacinal ficou abaixo de 95% da meta estabelecida pelo Ministério da Saúde, existe a possibilidade de que algumas famílias tenham mudado para outras cidades. Porém, na segunda etapa da campanha de atualização da caderneta de vacinação, a ser realizada no período de 24 a 30 de agosto, a Superintendência Regional de Saúde vai intensificar as ações nos municípios onde a meta ficou abaixo de 95% do público alvo.

“Atingimos 79% de homogeneidade de cobertura vacinal contra a paralisia infantil, da meta prevista para 80%”, explica João Rezende. Os municípios que atingiram ou ultrapassaram a meta de 100% de vacinação contra a paralisia infantil foram: Botumirim, Claro dos Poções, Curral de Dentro, Engenheiro Navarro, Glaucilândia, Jequitaí, Juramento, Matias Cardoso, Rubelita, Salinas, Santa Cruz de Salinas, Santo Antônio do Retiro, São João da Lagoa e Serranópolis de Minas.  

Em agosto as crianças que nunca foram imunizadas contra a paralisia infantil poderão tomar a primeira dose aos dois meses e a segunda aos quatro meses, com a vacina poliomielite injetável. Já a terceira dose (aos seis meses), a dose de reforço (aos 15 meses) e as demais doses de campanha continuam via oral.
 
POLIOMIELITE

A poliomielite, mais conhecida como paralisia infantil, é uma doença viral que atinge principalmente as crianças. Sua transmissão se dá através do contato direto com pessoas infectadas, pela via fecal-oral ou, secundariamente, por meio de gotas de secreção expelidas pelo doente ao falar, tossir ou espirrar. De acordo com a coordenadora de Imunização da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Tânia Brant, as más condições de saneamento, higiene pessoal e o elevado número de crianças numa mesma casa favorecem a disseminação da doença.

“A maior parte das infecções apresentam poucos sintomas (forma subclínica) ou se assemelham com a aparência de outras doenças virais como a gripe (febre e dor de garganta) ou infecções gastrintestinais como náusea, vômito, constipação (prisão de ventre), dor abdominal e, raramente, diarreia. Cerca de 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença, que se manifesta nos membros inferiores”, explicou.

O Programa Nacional de Vacinação contra a Poliomielite foi implantado no país em junho de 1980, e em 1989 o estado da Paraíba, na região Nordeste, registrou o último caso da doença no Brasil. Já em 1994, 14 anos após a implantação desse programa de imunização o país recebeu a certificação do bloqueio da transmissão do vírus da poliomielite. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a vacina oral contra o vírus é a única maneira de erradicar a doença.

Autor: Pedro Ricardo.

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