Municípios da Regional de Montes Claros iniciaram a campanha de vacinação antirrábica

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Com estimativa de vacinar 240.142 animais em 54 municípios, 37 localidades que integram a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros já iniciaram a implementação da campanha de vacinação antirrábica 2023. Em Taiobeiras a vacinação foi iniciada em 31 de julho e, em outros 36 municípios, a campanha teve início no dia 1º de agosto. 

Outros 14 municípios iniciarão a vacinação ainda nesta primeira quinzena de agosto; duas localidades na segunda quinzena e um município fará a vacinação a partir de 1º de setembro. Em Montes Claros, maior município da macrorregião de saúde Norte, a vacinação de cães e gatos começou em 1 º de agosto, com previsão de término em 14 de setembro.

A referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS de Montes Claros, Ildeni Meireles, explica que, para a realização da campanha, entre outros insumos, já foram repassados aos municípios 235 mil doses de vacinas. Assim como nos anos anteriores, o quantitativo tem acréscimo de 5% em relação ao ano anterior, levando em conta a possibilidade do aumento do número de animais a serem vacinados. Outra remessa de 18.325 doses será entregue nas próximas semanas a Bocaiúva, Francisco Sá e Janaúba, para complemento do quantitativo necessário para aplicação nos animais.

“A partir do início da vacinação, os municípios têm prazo de 45 dias para concluir o trabalho nas zonas urbanas e rurais”, observa Ildeni Meireles.

Os municípios que tem previsão de vacinar o maior número de cães e gatos são: Montes Claros (51.151 animais); Bocaiúva (12.184); Janaúba (11.517); Francisco Sá (11.180); Rio Pardo de Minas (9.259); Porteirinha (8.390); Jaíba (8.484) e Espinosa (7.343).

A doença

Agna Soares da Silva Menezes, coordenadora de vigilância em saúde da SRS de Montes Claros, explica que a raiva é uma doença infecciosa, viral e aguda que acomete mamíferos, inclusive o homem. Se caracteriza como uma encefalite progressiva com letalidade de aproximadamente 100%. 

“Trata-se de uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano pela vacinação de cães e gatos, além da existência de medidas eficientes de prevenção, como a imunização humana; a disponibilização de soro antirrábico humano e a realização de bloqueios de foco”, observa a coordenadora.

A doença é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A doença também pode ser transmitida pela arranhadura ou lambedura desses animais, incluindo morcegos.

O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. Nos cães e gatos a eliminação de vírus pela saliva ocorre de dois a cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre cinco e sete dias após a apresentação dos sintomas.

Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os morcegos podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.

 

Sintomas

Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de dois a dez dias. Nesse período, o paciente apresenta mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade, inquietude e sensação de angústia.

Podem ocorrer inchaço, aumento da sensibilidade ao tato ou à dor, frio, calor, formigamento, agulhadas, adormecimento ou pressão no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura e alterações de comportamento.

A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como: ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes, febre, delírios, espasmos musculares involuntários, generalizados ou convulsões.

Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa (“hidrofobia”). Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia.

O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito é, em geral, de dois a sete dias.

 

Tratamento

A confirmação laboratorial em vida, ou seja, o diagnóstico dos casos de raiva humana, pode ser realizada pelo método de imunofluorescência direta, em impressão de córnea, raspado de mucosa lingual ou por biópsia de pele da região cervical.

A sensibilidade dessas provas é limitada e, quando negativas, não se pode excluir a possibilidade de infecção. A realização da autópsia é de extrema importância para a confirmação diagnóstica.

A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição ao vírus. Quando a profilaxia antirrábica não ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. 

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Autor: Pedro Ricardo

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