Monitoramento da qualidade da água distribuída durante a seca é tema de capacitação em Montes Claros

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Referências técnicas de 53 secretarias municipais de saúde que integram a área de atuação da Regional de Saúde de Montes Claros participam nesta quarta e quinta-feira, 23 e 24 de agosto, de um encontro de capacitação que tem o objetivo de dar continuidade ao repasse de orientações sobre a inspeção de caminhões pipa e emissão de autorizações de fornecimento de água para consumo humano por meio de soluções alternativas de abastecimento de água. A capacitação está sendo realizada no auditório do Laboratório Regional Norte da Copasa, em Montes Claros.

Nesta quarta-feira participam da capacitação representantes das secretarias de saúde das microrregiões de Salinas/Taiobeiras e de Janaúba/Monte Azul. Quinta-feira, a capacitação envolverá a participação de referências técnicas das secretarias de saúde de municípios que integram as microrregiões de Monte Claros/Bocaiuva, Coração de Jesus e Francisco Sá.

O trabalho está sendo intensificado nesta época do ano em que os municípios norte-mineiros enfrentam maiores dificuldades de abastecimento de água em virtude da seca. Durante a capacitação, também está em foco o monitoramento da qualidade da água destinado ao consumo da população, atendendo as exigências de potabilidade estabelecido pela Portaria 2.914, do Ministério da Saúde.

A bióloga e referência técnica da Vigilância em Saúde Ambiental da Regional de Saúde de Montes Claros, Patrícia Antônia Brito, explica que o encontro compreende o repasse de orientações técnicas e a realização de treinamento prático. O objetivo é possibilitar aos representantes dos municípios conhecerem as medidas preventivas que as secretarias de saúde devem adotar visando reduzir os riscos de comprometimento da saúde da população, por meio do consumo de água de qualidade desconhecida, fornecida por meios alternativos de abastecimento coletivo.

A capacitação conta com a participação de representante do 55º Batalhão de Infantaria do Exército, que apresentam detalhes sobre o trabalho que a corporação realiza com vistas à operacionalização da Operação Pipa, visando garantir o fornecimento de água à população dos municípios atingidos pela seca.

Já para a realização de treinamento prático, a Copasa disponibilizou caminhão pipa e, referências técnicas da Regional de Saúde de Montes Claros apresentam os procedimentos que as secretarias municipais de saúde devem adotar visando garantir a qualidade da água a ser consumida pela população. Também estão sendo abordadas questões sobre como os municípios devem providenciar o envio de amostras de água para análise no Laboratório Macrorregional da regional.

“Entre outros problemas de saúde que podem ser provocados por vírus, protozoários e helmintos encontrados na água, a bactéria Escheria colipode pode causar diarreias e sua presença indica que a água recebeu uma carga fecal e que outros agentes patogênicos podem estar presentes, como o vírus da Hepatite A. Água com presença de Escheria coli é considerada imprópria para consumo humano e somente uma análise laboratorial pode indicar sua presença. Por este motivo é de suma importância a vigilância realizada pelas secretarias municipais de saúde”, alerta Patrícia Brito.

Critérios

Além da atuação conjunta dos serviços de vigilância sanitária e vigilância em saúde ambiental das secretarias municipais de saúde, na inspeção das soluções alternativas de abastecimento e monitoramento da qualidade da água distribuída à população, Patrícia Brito salienta que cabe aos municípios emitir ou não autorizações para o transporte de água para consumo humano por meio de caminhões pipa.

É de responsabilidade das secretarias municipais de saúde o cadastro e emissão de autorização para o fornecimento de água para consumo humano de todos os carros pipas que prestarem este serviço no município, além de monitorarem a qualidade desta água. Água destinada a outros fins, como dessedentação de animais e jardinagem, não são de responsabilidade de acompanhamento do setor de saúde.

Para emissão das autorizações, entre outros critérios que devem ser observados, está o não credenciamento de veículos que já tenham sido utilizados para transporte de produtos químicos. O tanque do veículo deve ser constituído de material anticorrosivo e antitóxico, além de estar em bom estado de conservação.

Os municípios também não poderão autorizar o transporte de água em carros pipa que tenham perfurações ou ferrugens no tanque, para não comprometer a qualidade da água. Os veículos também devem estar providos de bocais protegidos e tampas vedadas, para evitar a contaminação da água. De forma visível, na parte externa do tanque deve ter a inscrição “Água Potável”, além do nome e telefone do responsável.

Ao monitorar a qualidade da água a ser distribuída à população, os profissionais dos serviços de vigilância sanitária e vigilância em saúde ambiental dos municípios deverão verificar, através de documentos fornecidos pelo responsável pelo carro pipa, se cada carga de água transportada contém 0,5 miligramas de cloro residual por litro de água. Os técnicos das secretarias de saúde também poderão medir o cloro residual, quando adquirirem o clorímetro. Em caso de situações de risco à saúde e como medida preventiva, os municípios deverão distribuir hipoclorito de sódio 2,5% à população para adição na água, além de orientar sobre outras formas caseiras de desinfecção da água para consumo humano.

Autor: Pedro Ricardo

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