Mais de 90% dos habitantes de Pequi foram às ruas no último final de semana (27, 28 e 29/06) em adesão às ações de mobilização social, praticadas pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), na praça central do município. Como incentivo para eliminação de inservíveis acumulados nas residências foram trocados garrafas pets, latinhas e pneus, considerados como os maiores vilões em proliferação de foco de dengue, por materiais escolares.
Localizada no Centro-oeste mineiro e com uma população de 4.100 habitantes, Pequi, além de grande produtora de leite e tomate do estado, abriga uma indústria de componentes automotivos, a MDE Eletrônicos, que emprega cerca de 150 pessoas da região.
Sensibilizados com a importância da prevenção diária da dengue e, principalmente, por ter sido o local onde ocorreu o maior número de focos e de casos da doença no município, em 2013, os dirigentes da MDE interromperam sua produção para que seus funcionários recebecem as orientações dos mobilizadores da CeMais, ONG contratada pela SES para realizar esse trabalho.
Durante as ações que englobaram todo o município, foram mobilizados os moradores em suas residências, comércios, escolas e toda a administração municipal. Saulo Campos, secretário de Saúde de Pequi, Sávio Ramos, de Esportes, Mariana Barbosa, de Educação, Elisa Barbosa, de Meio Ambiente, entre outros, todos estiveram envolvidos com a grande mobilização social para o controle da dengue.
O prefeito João de Castro relatou ser a primeira vez que o município tem a oportunidade de receber a Força Tarefa (FT) com a Mobilização Social da SES e que é um ganho inestimável para a população e também para a sua administração. “Pretendemos replicar esse modelo de ação conjunta que a SES nos trouxe e não deixar os cidadãos de Pequi se esquecerem dos bons hábitos”, disse.
Ele alegou que, até o dia 27/06, Pequi teve 178 casos notificados e já confirmou 17. “Se o número de casos notificados aqui na cidade nos assustou, a quantidade de lixo que estamos vendo amontoado na praça nos impressiona ainda mais”, comparou o prefeito, espantado pelo fato de as ações de troca do Dengue Móvel e Dengômetro aconteceram depois que a FT passou dez dias realizando a limpeza de imóveis e lotes.
A moradora da cidade e agente de saúde da SMS de Pequi, Marli de Araújo Lopes, 27 anos, conta sobre sua rotina de trabalho. Ela afirma que os adultos ouvem tudo o que ela orienta, mas não colocam quase nada em prática. Quando é falado com as crianças, elas aprendem e repetem os ensinamentos, além de cobrar dos pais atitudes de prevenção da dengue. “A troca de descartáveis por material escolar é uma premiação para as crianças, um incentivo para continuarem a fazer o que já fazem. Criança é a solução”, contemporizou a funcionária pública.
Autor: Ana Rita Fernandes