Em Minas Gerais, médicos da rede pública de Saúde passarão a utilizar a ultrassonografia como ferramenta diária, desde o atendimento nas unidades fixas e móveis (SAMU), até nas unidades de terapia intensiva dos hospitais. O resultado será um diagnóstico mais rápido, maior agilidade no início do tratamento e, consequentemente, redução da mortalidade. Para isso, a Secretaria de Saúde está formalizando uma parceria com a World Interactive Network Focused on Critical Ultrasound (Winfocus), sociedade internacional sem fins lucrativos, presente em mais de 40 países de todos os continentes.
A parceria foi acertada durante reunião realizada na Cidade Administrativa de Minas Gerais (CAMG), da qual participaram o Secretário Antônio Jorge de Souza Marques e membros de uma comissão internacional formada pelos gerentes de Winfocus World, Luca Neri, Enrico Storti, Alberta Spreafico, Maddalena Bracchetti e José Pazelli, da Winfocus Brasil. E, ainda, pelo subsecretário de Políticas e Ações de Saúde, Maurício Botelho, pelo coordenador de Urgência e Emergência da SES, Rasível Reis, e pelo consultor Welfane Cordeiro.
“Essa parceria revela o arrojo e a preocupação de Minas Gerais em melhorar o atendimento aos pacientes que necessitam do cuidado médico em todos os níveis. A utilização da ultrassonografia irá aumentar consideravelmente a resolutividade destes profissionais. Trata-se de um projeto ambicioso e revolucionário, que impactará fortemente na saúde da população e, certamente, será um modelo para o país e para o mundo”, afirmou o secretário Antônio Jorge.
O projeto Winfocus Globus Brasil, que será aplicado em Minas Gerais, terá como diferenciais a sua extensão e a articulação. Cobrirá toda a rede de atendimento, que inclui a capacitação de médicos da rede de assistência e também professores universitários, que serão treinados para multiplicar este conhecimento. O uso da telemedicina permitirá que médicos de qualquer região do Estado enviem imagens, avaliadas, à distância em tempo real, por professores capacitados nas universidades. O projeto prevê ainda educação continuada e protocolos de atendimento para diversos tipos de pacientes no trauma, nas urgências clínicas, na pediatria, na obstetrícia, entre outras especialidades.
Neste projeto a Winfocus será apoiada por instituições de prestígio internacional, como Niguarda Ca’ Granda Hospital e AREU (Azienda Regionale di Emergenza e Urgenza) da “Regione Lombardia” (Milão, Itália), pelo Henry Ford Hospital (Detroit, EUA), South Carolina University (Columbia, EUA). O grupo envolve também agências acreditadas pelas Nações Unidas, como o “Human Development, Capabilities and Poverty International Research Center” (HDCP – IRC), e o OCCAM, promotor do Infopoverty Program das Nações Unidas.
Opção pelo Norte de MG
O projeto Winfocus Globus Brasil começará pelo Norte de Minas. A opção pelo Norte de Minas se deve ao modelo de redes implantado nesta macrorregião. O modelo da Rede Macro Norte será apresentada simultaneamente, por videoconferência, durante o 7º Congresso Mundial, realizado em Nova Delhi, Índia, e no 1º Simpósio da Rede de Urgência e Emergência do Norte de Minas: Uma rede integrada pela vida”, que será realizado em Pirapora, de 24 a 25/11. “Em eventos como este, a WINFOCUS promove a troca de informações entre especialistas de todo o mundo, atuando nas mais diversas realidades. O objetivo é a criação de protocolos de atendimento, baseados na ultrassonografia, que sejam acessíveis a todas as pessoas e não apenas àquelas que vivem em países desenvolvidos”, garantiu o professor Luca Neri, gerente da de Winfocus World.
Ultrassonografia
A ultrassonografia clínica, utilizada há mais de 60 anos. Por não utilizar radiação ionizante, ao contrário da radiografia e da tomografia, já demonstrou sua eficácia e segurança em todas as especialidades médicas, inclusive na obstetrícia.
“Até a pouco tempo, os equipamentos de ultrassonografia eram caros, pesados. Tudo isso impossibilitava o seu transporte até a beira do leito do paciente. Somente profissionais especializados em Imaginologia operavam esses equipamentos. Por isso, os protocolos clínicos de urgência e atendimento primário eram baseados principalmente no exame clinico, na radiologia e na tomografia”, lembrou o nefrologista e intensivista, José Muniz Pazeli Jr, coordenador do WINFOCUS/Brasil.
No entanto, segundo Pazeli Jr., nos últimos dez anos foram criados equipamentos mais baratos, leves e simples de operar. Com eles, surgiram currículos para médicos não imaginologistas e novos modelos de gestão, o que permitiu a disseminação desse método de imagem além do cenário intra-hospitalar e especializado. “A tendência mundial é que cada especialidade médica adquira conhecimento suficiente para utilizar a ultrassonografia no seu dia-a-dia, como um novo estetoscópio, que não veio para substituir o clássico estetoscópio”, alertou Pazeli Jr.
Winfocus
A missão da Winfocus é melhorar o atendimento e aumentar a acessabilidade à saúde, por meio da incorporação da ultrassonografia, onde quer que o paciente esteja, tanto no atendimento primário, no departamento de emergência, na unidade de terapia intensiva, dentro das ambulâncias, helicópteros, áreas remotas etc. Para tanto, desenvolve currículos formativos, protocolos clínicos, congressos e políticas de desenvolvimento.
Agrega os mais importantes especialistas em todo o mundo, que tem relevantes publicações sobre o uso da ultrassonografia com este enfoque point-of-care, ou seja, o exame realizado e interpretado pelo médico que assiste o paciente. O grupo envolve também profissionais especializados no desenvolvimento humano sustentável e em sistemas sanitários, assim como especialistas em comunicação, modelos de comércio responsável, ciência da informática, telemedicina e outros e-services inovadores.
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Autor: Gisele Bicalho