Com a publicação da Deliberação do Comitê Extraordinário Covid-19 nº 39, na edição desta quinta-feira (30/4) do Jornal Minas Gerais, entra em vigor o Plano Minas Consciente, que tem seus protocolos detalhados no sítio eletrônico do programa (https://www.mg.gov.br/minasconsciente). O anúncio foi feito pelo secretário adjunto de Estado de Saúde, Marcelo Cabral, em entrevista coletiva virtual concedida no início da tarde de hoje, na Cidade Administrativa. Na ocasião, o secretário adjunto lembrou que a adesão deve ser feita por decreto próprio do município, procedendo também com solicitação à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede).
O programa Minas Consciente setoriza as atividades econômicas em quatro “ondas” (onda verde – serviços essenciais; onda branca – baixo risco; onda amarela – médio risco; onda vermelha – alto risco), a serem liberadas para funcionamento de forma progressiva, conforme indicadores de capacidade assistencial e de propagação da doença. Uma vez publicadas as diretrizes, cabe aos municípios promover as avaliações para posterior adoção dos protocolos.
Marcelo Cabral destacou que o programa não deve ser interpretado como uma autorização para que as pessoas possam ir às ruas, atitude que poderia gerar pressões sobre a curva de contágio da Covid-19. “Não se trata de relaxamento ou de flexibilização. Entendemos que cada município tem suas particularidades, suas peculiaridades. Então, haverá necessidade de que cada um prossiga com suas responsabilidades para evitar a propagação da doença”, avaliou.
Cabral comentou sobre imagens de shoppings de cidades em outros estados com intensa aglomeração de pessoas. Segundo o secretário adjunto, esse comportamento não desperta temor por parte das autoridades sanitárias em Minas, mas sim uma chamada de atenção para que não se perca o controle sobre a Covid-19. “O distanciamento é o que permitiu a estruturação do sistema de saúde. Devemos ainda seguir fazendo nossa parte e cada uma das pessoas também fazer a sua”, indicou.
O gestor também relembrou a necessidade de ficar em casa, em virtude do próximo feriado, pedindo paciência e tranquilidade à população. “Sabemos que é difícil permanecer em casa. Mas as pessoas não devem ir às ruas de maneira desordenada, só devem fazê-lo se for necessário. Se for preciso ir ao mercado, comprar um remédio, que usem máscaras e mantenham as medidas de higiene. Caso sejam de grupos de risco, que possam pedir a pessoas mais jovens e sem comprometimentos de saúde que façam essas compras”.
Divisas
O secretário adjunto de Estado de Saúde informou que houve relatos de alguns pacientes, residentes no Estado do Rio de Janeiro, atendidos em Juiz de Fora por suspeita de Covid-19. Cabral ressaltou que a SES-MG está em contato contínuo com o prefeito Antônio Almas, com o secretário de estado de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, e com o secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, para juntos, avaliarem a situação e tomarem a melhor decisão, tendo por princípio não causar prejuízo a nenhum paciente. “Estamos verificando hipóteses de compensação, medidas que possam reduzir o impacto na rede. Assim que tivermos algo mais concreto nesse sentido, será feita publicação. Vale ressaltar que foram poucos os casos, conforme nos foi informado, mas acompanhamos a situação com atenção”, explicou.
Outros anúncios
Marcelo Cabral também mencionou obras de ampliação dos hospitais que compõem a rede da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) e também o início de operação do laboratório da Universidade Federal dos Vales do Mucuri e Jequitinhonha (UFVMJ) para realização de exames para Covid-19, em conjunto com os outros laboratórios públicos que já atuavam sob coordenação técnica da Fundação Ezequiel Dias (Funed). “São ações que vão ampliar nossa capacidade de resposta frente à epidemia”.
Informe Epidemiológico
De acordo com Informe Epidemiológico da Covid-19 em Minas Gerais publicado na manhã desta quinta (30), até o momento foram confirmados 1.827 casos da doença, havendo confirmação de 82 mortes. Outras 81 estão em investigação. Houve 421 casos de óbitos descartados.
Autor: Ramon Santos