O Banco de Olhos do MG Transplantes será o primeiro da rede pública no país a realizar a técnica e fornecer o endotélio já separado
O MG Transplantes realizou um treinamento destinado aos médicos do Banco de Olhos, com o objetivo de capacitá-los à preparação de córneas para a realização de transplante lamelar endotelial. Esse tipo de transplante tem como diferencial a substituição apenas da parte posterior da córnea (endotélio) e é indicado, principalmente, para pacientes com distrofia de Fuchs ou em casos de perda endotelial pós-cirurgia de catarata. O Banco de Olhos do MG Transplantes será o primeiro da rede pública no país a realizar a técnica e fornecer o endotélio já separado às equipes transplantadoras. A previsão é de que o método seja colocado em prática ainda esse mês.
Durante o treinamento, os médicos puderam praticar a secção de córneas por meio de um equipamento chamado microcerátomo, que realiza a divisão do tecido ocular, possibilitando que o endotélio seja separado e destinado a equipes transplantadoras de todo o Estado. O treinamento foi ministrado pelo diretor da Loktal – empresa que fabrica o microcerátomo no Brasil – Uriel Binembaum.
De acordo com o diretor técnico do Banco de Olhos, Marcelo Lemos, esse tipo de transplante oferece ao paciente uma recuperação pós-operatória muito mais rápida do que quando se substitui a córnea por completo. “O paciente que realiza o transplante da córnea inteira leva, em média, nove meses para retirar os pontos, e ainda mais três para a cicatrização e estabilização. Com a técnica endotelial, a incisão feita é bem menor. Portanto, três meses após o transplante a córnea já está cicatrizada”, explica.
Autor: Fernanda Moreira