Nesta quinta-feira (18/08), profissionais de saúde de 51 municípios da área de abrangência da Superintendência Regional de Saude de Governador Valadares (SRS-GV) participaram do Seminário Regional sobre Leishmaniose Visceral e Tegumentar Americana.
O evento abordou em sua programação os aspectos epidemiológicos da doença.
De acordo com a coordenadora do Núcleo de Vigilância em Saúde da regional de saúde, Alice Rodrigues de Matos, o objetivo principal do Seminário, “foi atualizar os profissionais e capacitar, principalmente quanto ao trabalho de prevenção, os que atuam em municípios que antes eram classificados como silenciosos e que agora começam a apresentar os primeiros casos. Por isso, estamos reforçando a todos que façam o controle vetorial adequado para que os casos não se ampliem a nível regional, já que todas as localidades são vulneráveis à doença”, afirmou Alice.
Já para a referência técnica do Programa de Vigilância e Controle da Leishmaniose visceral da SES-MG, Bruna Dias Tourinho, o evento é muito importante para conscientização e atenção dos gestores municipais e estaduais quanto à situação epidemiológica da doença na região. “Parabenizo a SRS-GV por essa iniciativa, pois apesar do declínio de casos confirmados no período de 2013 a 2014, tivemos de 2014 até este ano um aumento significativo de casos, com expansão em municípios de médio e grande porte, principalmente nesta região do leste, que é muito importante do ponto de vista epidemiológico”, explicou Bruna.
Ainda de acordo com a referência Técnica Estadual “é necessário que a população seja orientada e mobilizada, já que toda uma vertente do programa estadual, que não é só manejo clínico e tratamento, mas focado no estímulo para que as pessoas colaborem no manejo ambiental e na posse responsável do animal, que é o reservatório natural da doença”, acrescentou Bruna Dias Tourinho.
Na parte final do evento, foram apresentadas as experiências exitosas desenvolvidas pelas equipes de saúde de Aimorés e Governador Valadares, respectivamente pelo coordenador do Programa de Controle e Vigilância em Leishmaniose Visceral Leonardo Campos Almeida e pelo gerente do Centro de Controle de Zoonoses , José Batista dos Anjos Júnior.
O coordenador de Epidemiologia de Marilac, Amaury Botelho, informou que em seu município foi registrado um caso positivo em 2015 e comentou também que o Seminário foi importante na atualização sobre a doença. “ Para nós que atuamos diretamente no combate a Leishmaniose, o evento foi proveitoso no reforço das informações sobre tratamento, manejo clínico e controle do vetor na área urbana e rural”, avaliou.
Sobre a Leishmaniose
Leishmaniose visceral ou calazar, é uma doença transmitida pelo mosquito-palha ou birigui (Lutzomyia longipalpis), que, ao picar, introduz na circulação do hospedeiro o protozoário Leishmania chagasi. A doença não é contagiosa e a transmissão do parasita ocorre apenas através da picada do mosquito fêmea infectado.
Os principais sintomas da leishmaniose visceral são febre intermitente com semanas de duração, fraqueza, perda de apetite, emagrecimento, anemia, palidez, aumento do baço e do fígado, comprometimento da medula óssea, problemas respiratórios, diarreia, sangramentos na boca e intestinos.
O diagnóstico precoce é fundamental para evitar complicações que podem pôr em risco à vida do paciente.
Segundo os dados do SINAN, de 2010 a 2015, foram registrados 237 casos confirmados de Leishmaniose Visceral, com cinco municípios endêmicos: Aimorés, Conselheiro Pena, Resplendor, Tumiritinga e Governador Valadares.
Autor: Frederico Bussinger