Nesta segunda, dia 21/11, é comemorado o dia Nacional da Homeopatia, um tipo de tratamento não convencional que vem crescendo cada vez mais em todo o mundo. A homeopatia apresenta princípios como a estimulação de mecanismos naturais na prevenção e tratamento de doenças. A técnica foi desenvolvida pelo médico alemão Cristiano Frederico Samuel Hahnemann em 1976, e está inserida no Sistema Único de Saúde (SUS), especialmente em Minas Gerais, desde 2009, através da Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares (PEPIC).
A homeopatia é um sistema médico complexo, de caráter holístico, baseada no princípio vitalista e no uso da lei dos semelhantes que consiste em tratar uma doença que apresenta um grupo de sintomas, com um remédio que produz sintomas parecidos numa pessoa sã. Desse modo, o sistema de cura natural da pessoa seria estimulado a estabelecer uma reação de restauração da saúde por suas próprias forças, de dentro para fora.
Segundo a coordenadora das Práticas Integrativas e Complementares (PIC) da Secretaria de Estado de Saúde (SES/MG), Thaís Corrêa de Novaes, a homeopatia contribui hoje por um expressivo percentual de PIC dentro do SUS, além de possuir também maior grau de institucionalização se comparada às demais modalidades dessas práticas. Para Thaís, “a implementação da homeopatia no SUS representa uma importante estratégia para a construção de um modelo de atenção centrado na saúde, uma vez que fortalece a relação médico-paciente como um dos elementos fundamentais da terapêutica, promovendo a humanização na atenção, estimulando o auto cuidado e a autonomia do indivíduo. Além disso, ela atua em diversas situações clínicas do adoecimento, reduzindo a demanda por intervenções hospitalares e emergenciais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos usuários”.
Os medicamentos homeopáticos são derivados de plantas, animais, minerais, metais, ácidos, bases, venenos e tecidos humanos doentes. A maioria dos remédios usados são derivados de plantas. Mas existem diferenças importantes entre a fitoterapia (medicina de ervas) e a Homeopatia. A maneira de entender a saúde é muito diferente e por isto, também a maneira de enfrentar a doença. Remédios homeopáticos são produzidos com um processo de diluições sequenciais, agitações e dinamizações, que liberam e potenciam o poder medicinal destas substâncias. Maior a diluição, maior o poder do remédio. Deste jeito, as diluições possibilitam o uso de substancias venenosas como remédio.
Em MG, há serviços de homeopatia no SUS em 17 municípios, principalmente nos centros e postos de saúde (UBS) e na Saúde da Família (SF). Dados apontam que as consultas médicas homeopáticas em 2009 foram totalizadas em 35.847. Já em 2010, a procura aumentou, finalizando o ano com 37.073 consultas.
Práticas Integrativas e Complementares
As PIC são sistemas e recursos terapêuticos que buscam estimular os mecanismos naturais de prevenção de doenças e de recuperação da saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras, com ênfase na escuta acolhedora, no desenvolvimento do vínculo terapêutico e na integração do ser humano com o meio ambiente e a sociedade.
Essas práticas terapêuticas têm uma visão ampliada do processo saúde/doença e da promoção global do cuidado humano, especialmente do autocuidado. Os diagnósticos são embasados no indivíduo como um todo, considerando-o em seus vários aspectos: físico, psíquico, emocional e social. Buscando uma mudança de paradigma, da lógica de intervenção focada na doença para que seja voltada para a saúde do indivíduo, essas terapêuticas contribuem para a ampliação do modelo de atenção à saúde, pois atendem ao paciente na sua integralidade, singularidade e complexidade, considerando sua inserção sociocultural e fortalecendo a relação médico/paciente, o que contribui para a humanização na atenção.
As PIC podem ser utilizadas de forma complementar à medicina convencional para promover a saúde do indivíduo. Mesmo que o usuário esteja fazendo uso de medicamentos convencionais, ele pode receber concomitantemente os benefícios promovidos por essas várias abordagens. As PIC buscam a prevenção e a cura de doenças através do fortalecimento do organismo enquanto a medicina convencional foca sua ação nos sintomas das doenças.
Ações em Minas Gerais
Dentre as ações desenvolvidas pela Coordenação de Práticas Integrativas e Complementares (CPIC) pode-se destacar a publicação da Política Estadual de Práticas Integrativas e Complementares (PEPIC), por meio da Resolução SES-MG n°1885, de 27 de maio de 2009, instrumento norteador de diretrizes e estratégias para implantação e implementação das PIC no estado. Anexo a essa política encontra-se o Diagnóstico Situacional das Práticas Integrativas e Complementares do Estado de Minas Gerais que realizou um levantamento das PIC utilizadas no Estado de Minas Gerais.
Também pode-se destacar o incentivo financeiro repassado para alguns municípios para a implantação e ampliação de farmácias públicas de manipulação de medicamentos homeopáticos, fitoterápicos e antroposóficos, aprovado pela Resolução SES/MG N° 2080, de 21 de outubro de 2009, com o objetivo de ampliar o acesso da população a esses medicamentos.
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Autor: Nathália Freitas