O curso mais tradicional da Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), a especialização lato sensu em Saúde Pública, recebeu do Comitê de Experts da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) parecer favorável à Acreditação Pedagógica, o reconhecimento formal de que o curso atende a requisitos previamente definidos e que a instituição demonstra ser competente para realizar a ação educacional de grande importância para qualificação de trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS).
Nesse contexto, a Acreditação da especialização em Saúde Pública, ação educacional que faz parte da história da Escola sendo ofertada desde 1947, repercute em todas as ações, especialmente para os demais cursos de pós-graduação, possibilitando uma análise institucional nas dimensões “Gerencial” “Pedagógica” e de “Infraestrutura”.

Primeiros passos
Em atividade realizada na Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP/Fiocruz), em 2011, com o tema “Gestão Escolar e Acreditação Pedagógica na Rede: construindo caminhos convergentes e fortalecendo as escolas”, ocorreu a aproximação da ESP-MG com a Acreditação Pedagógica e a discussão teórica sobre sua implementação.
Em setembro de 2014, foi lançada oficialmente a “Agência de Acreditação Pedagógica, vinculada à ABRASCO e, com isso, as Escolas participantes da Rede Brasileira de Escolas de Saúde Pública (REDESCOLA), foram convidadas a candidatar seus cursos para serem acreditados.
De acordo com Juliana Mesquita, membro do grupo condutor da Acreditação, foram realizadas diversas oficinas de mobilização e um grupo de trabalho foi montado em 2014/2015 para atuar diretamente na avaliação institucional para composição do relatório de autoavaliação. As atividades envolveram estudos sobre Saúde Pública, análise das avaliações dos alunos e ex-alunos sobre diversos aspectos do curso e da Escola, oficinas com os trabalhadores sobre Educação Permanente e para a construção do Caminho da Qualidade da ESP-MG. “O interessante desse processo foi a participação dos diversos atores envolvidos no curso, docentes, alunos, ex-alunos, coordenadores, trabalhadores dos diversos setores da Escola – na autoavaliação. Geralmente as instituições recebem a vista de avaliadores externos que “fiscalizam” o funcionamento da Escola. Na Acreditação o movimento é diferente: todos os envolvidos devem fazer um movimento de avaliação do curso e, consequentemente, da Escola e apontar caminhos para os problemas encontrados. Quando os avaliadores externos fazem a visita, já tem um norte do que vão encontrar e quais as possíveis soluções, além disso, apontam outras questões que merecem atenção”, explica.

Gestores comprometidos
O amplo processo de Acreditação passou por algumas gestões na ESP-MG, sendo o ex-diretor Damião Vieira Mendonça (2010-2014), o grande motivador da ação, acreditando na importância do curso de Saúde Pública e a chancela da ABRASCO nessa ação.
A partir de 2015, com a saudosa professora Roseni Sena (falecida em setembro de 2016), a Acreditação se tornou um dos produtos que gerou grande expectativa dos trabalhadores, diante do compromisso com o curso e o orgulho que este representa para a instituição, um grande trunfo.
Atualmente
A atual edição da especialização em Saúde Pública, que tem uma oferta contínua desde 2012, teve início em agosto do ano passado, em parceria com a REDESCOLA, e na visão da coordenadora do curso Thaís Lacerda, o processo já possibilitou mudanças na reformulação do currículo dessa turma que está em andamento. “Como parte dos processos de avaliação contínua, temos hoje o desafio de elaborarmos o Plano de Melhoria da Qualidade, partindo dos aspectos expressos no parecer da comissão avaliadora. A Acreditação pela ABRASCO expressa o compromisso da Escola com a melhoria contínua da qualidade dos processos formativos em Saúde Coletiva”, comemora.
Autor: Silvia Amâncio