ESP-MG qualifica trabalhadores da saúde mental

Crédito: Daniela Carvalho

“Garantir a cidadania e o direito dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) com sofrimento mental causado pelo uso abusivo de álcool e outras drogas no SUS é o maior retorno que teremos”. Essa é a visão da psicóloga Luiza Mara da Silva, que atua na gestão da Saúde Mental no município de Lagoa Santa, uma das alunas da Oficinas de Ação Educacional Para a Formação de Trabalhadores da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), promovida pela Escola de Saúde Pública do Estado de Minas Gerais (ESP-MG), em parceria com a Coordenação de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de Minas Gerais (SES-MG). Na última semana se encerrou mais uma turma das oficinas, que retornam no próximo semestre.

A ação educacional tem o objetivo de promover a Educação Permanente de profissionais de diferentes pontos da RAPS de Minas Gerais para a continuidade de implantação e o desenvolvimento de práticas de atenção a pessoas com transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas no SUS.

Ainda segundo Luiza, durante as aulas, ocorre o fortalecimento das práticas diárias e novos arranjos são pensados, pois o ambiente da Escola é um refúgio intelectual e emocional. “Intelectual pois nos proporciona troca de experiências e conhecimentos e emocional por ser acolhedor. Essas oficinas deveriam ser permanentes”, afirma.

Daniene Santos, psicóloga do Núcleo de Redes de Atenção da ESP-MG, aponta a possibilidade da construção do conhecimento a partir das reflexões envolvendo tanto o conteúdo teórico quanto as questões presentes na prática cotidiana nos serviços. Ela ainda destaca a oportunidade da troca de experiências entre os alunos e também com os professores, a partir de realidades tão díspares encontradas em Minas Gerais. “Os professores são profissionais de renome na área da Saúde Mental e da atenção ao usuário de álcool e outras drogas, promovendo reflexões em consonância com a Política de Saúde Mental brasileira, a Política do Ministério da Saúde para Atenção Integral ao Usuário de Drogas, e a Redução dos Danos decorrentes do uso prejudicial de álcool e outras drogas. A ESP tem um papel fundamental na formação dos trabalhadores do SUS e para o SUS, e isso pode transformar realidades”, afirma a psicóloga.

Trabalho qualificado

A terapeuta ocupacional Yeda Rodrigues Lage, também aluna da RAPS que atua no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Infantil em Sete Lagoas se surpreendeu com as aulas pela possibilidade de olhar antigas questões de uma forma mais intuitiva. “Cuidamos das pessoas mais frágeis da sociedade, temos que ter afeto, acolhida e encontrar o equilíbrio nesse cuidado. Nas aulas tivemos tempo de refletir sobre nossas práticas, sobre o automatismo de nossa rotina de trabalho”, diz.

Dados

O projeto visa capacitar 504 trabalhadores de diversos pontos da Rede. Em 2015 foram finalizadas cinco turmas, contribuindo para a formação de 200 profissionais. Em julho de 2016 mais duas turmas concluem seus trabalhos. No segundo semestre de 2016 as oficinas recomeçam. Os alunos são trabalhadores do SUS que atuam no campo da saúde mental de 132 municípios mineiros.

Autor: Sílvia Amâncio (ESP-MG)

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