No dia 12 de julho, os profissionais das duas unidades de soroterapia e da Secretaria Municipal de Saúde de Muriaé, participaram de uma atualização sobre o atendimento antirrábico humano e acidentes com animais peçonhentos. Esta é uma iniciativa conjunta entre a Secretaria Municipal de Saúde de Muriaé (setor de Imunização), e a Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá para abordar, junto aos trabalhadores da UPA municipal e do Hospital São Paulo, a análise local da situação sanitária e o aprimoramento no diagnóstico e tratamento de acidentes, de acordo com protocolos e notas técnicas atuais.
Estiveram presentes médicos, enfermeiros e farmacêuticos, bem como demais profissionais envolvidos nestes atendimentos. “Além da atenção sobre o manejo da vítima de animais peçonhentos, que estamos fortalecendo em todo território da GRS Ubá, também trouxemos para esta capacitação em Muriaé as questões do atendimento antirrábico humano, no intuito de revisar as orientações mais recentes do Ministério da Saúde para que todo o manejo clínico seja de excelência, proporcionando pleno restabelecimento para as vítimas”, relatou Wallan McDonald, referência técnica em acidentes por animais peçonhentos da GRS Ubá.
O momento foi utilizado para alinhamento das ações com novos profissionais, e atualização daqueles que estão a mais tempo no atendimento. “Abordamos as novas práticas e mudanças em relação ao tratamento com os insumos, sejam eles de soro antirrábico, antiescorpiônico, antiaracnídico, antiofídico, entre outros, visto que atualmente são produzidos unicamente pelo Instituto Butantan, exigindo utilização de forma racional e segura, evitando desperdício. Reforçamos a importância da notificação compulsória, com informações corretas para dispormos de dados fidedignos e que contemplem nossa necessidade anual destes insumos, para que possamos manter um estoque que venha sempre atender a demanda”, explicou Johnny Silva da Costa, referência técnica em Soroterapia da Secretaria Municipal de Saúde de Muriaé.
Profilaxia e tratamento em caso de acidente com animais peçonhentos:
– Procure atendimento médico imediatamente, na unidade de saúde mais próxima;
– Mantenha o acidentado em repouso, deitado e com o membro acometido elevado em relação ao resto do corpo enquanto aguarda por socorro. A vítima deve evitar correr ou se locomover por meios próprios;
– Caso seja possível, e não atrase a ida do acidentado à Unidade Básica de Saúde (UBS), lave o local do acidente apenas com água e sabão;Não tente sugar o local com a boca para extrair o veneno ou amarrar o membro acidentado (o torniquete não é recomendado);
– Não aplique nenhum tipo de substância (como álcool, pó de café, ervas, terra, querosene ou urina) no local da ferida. Tais procedimentos não têm efeito sobre o veneno e só aumentam o risco de infecções;
– Procure atentar para a cor e o tamanho do animal causador, pois suas características podem auxiliar no diagnóstico e no tratamento do agravo.
A GRS Ubá possui 11 pólos estratégicos para atendimento de pessoas vítimas de animais peçonhentos. Além de evitar o desabastecimento de soro nas microrregiões de saúde, a definição dos polos levou em consideração informações epidemiológicas e geográficas. Com isso, além do Hospital São João Batista de Visconde do Rio Branco, outras 10 unidades de soroterapia de referência na região disponibilizam o tratamento sorológico, sendo eles: Hospital Santa Isabel (Ubá), Hospital São Paulo (Muriaé), Unidades de Pronto Atendimento (UPA) Muriaé, Hospital Jorge Caetano de Matos (Ervália), Hospital São Vicente de Paulo (Mercês), Hospital de Piraúba, Hospital Municipal Santo Antônio (Presidente Bernardes), Hospital São Vicente de Paulo (Rio Pomba), Hospital São João de Deus (Senador Firmino) e a Rede de Frio da GRS Ubá.
Profilaxia e tratamento em caso de mordida de cachorro
Para o controle e prevenção da raiva humana é muito importante a realização do atendimento de profilaxia pós-exposição das pessoas agredidas em tempo oportuno pelos profissionais de saúde. Desta forma, em casos de agressão por cães, gatos ou outros mamíferos urbanos e silvestres, a orientação é para a pessoa exposta lavar o ferimento com água e sabão e procurar imediatamente assistência médica para avaliação, apresentando o cartão de vacina da vítima.
Além disso, não matar o animal agressor. Deixá-lo em observação durante 10 dias, em local seguro, para não fugir nem atacar pessoas ou outros animais. Ele deve receber água e comida normalmente. Durante a observação, verificar se apresenta algum sinal suspeito de raiva (alteração de comportamento). Em todos os casos, relatar a ocorrência para a Vigilância Ambiental Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde.
Autor: Keila lima