Para finalizar o último encontro do ano de 2025, o Colegiado de Saúde Mental da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Belo Horizonte realizou, em formato de seminário, um momento de troca de experiências e informações sobre a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) da Regional de Saúde de Belo Horizonte.
O colegiado se reúne várias vezes durante o ano e, no encontro, realizado neste mês de dezembro, contou com a presença do representante da Coordenação Geral de Desinstitucionalização e Direitos Humanos do Ministério da Saúde, Marden Marques Soares Filho.
Depois da apresentação da RAPS regional, Marden Marques Soares apresentou uma palestra sobre Desinstitucionalização e a Rede de Atenção Psicossocial, abordando as dimensões do cuidado em saúde mental para o sistema prisional. “As dimensões do cuidado em saúde mental para o sistema prisional estão relacionadas ao adoecimento psíquico em decorrência do confinamento, aos problemas de saúde mental em decorrência do uso de drogas e as pessoas com transtornos mentais persistentes e graves”, explicou.
Após uma roda de conversa entre os participantes, as experiências de destaque em relação a Rede de Atenção Psicossocial foram apresentadas por alguns municípios da SRS BH.
Abordando o tema “Por uma RAPS antirracista”, a terapeuta ocupacional e diretora da Rede de Atenção Psicossocial de Ouro Preto, Suzana de Almeida Gontijo, abordou a relação da saúde mental da população negra com os principios do SUS. “Lembramos muito da universalidade entendendo que precisamos chegar em todos, mas é a equidade que vai nos ensinar e dizer que precisamos chegar de um jeito diferente para realmente acessar toda população. Isso desenvolve o debate de ações anti racistas e de combate ao racismo institucional dentro dos serviços de saúde”, explicou.
Suzana também destacou o que neste contexto para ela deve ser muito bem entendido. “O movimento negro nunca quis um SUS preto para gente preta, a gente quer um SUS para todos, e para isso é preciso estar atento a como as relações e assimetrias raciais interferem nos processos de adoecimento, na maneira como as pessoas acessam os serviços de saúde e como elas são cuidadas”. disse.
A psicóloga do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Infantil de Esmeraldas, Juliana Marques, destacou a importância que a RAPS possui especialmente em seu município. “Temos uma população muito grande, sendo um dos maiores municípios da macrorregião. Estar aqui é poder dimensionar as trocas realizadas hoje e saber o que vem para frente. Também é poder atualizar, conscientizar e poder trabalhar de forma mais alinhada com a realidade para ofertar um serviço de saúde mental bem mais adequado para a população”, disse.
O colegiado de saúde mental tem como objetivo acompanhar a implantação da RAPS regional, discutir temas relevantes da gestão em saúde mental e funcionar como espaço de educação permanente. Ele é composto por representantes de 39 municípios, representantes de áreas técnicas da SRS BH, Secretaria de Estado de Educação, Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (COSEMS-MG).
A organização do evento foi feita pelas referências técnicas em saúde mental, álcool e outras drogas da SRS BH, Viviane Maciel e Denise Armond. “O colegiado de saúde mental é um espaço de grande importância para o acompanhamento da implantação da rede de atenção psicossocial. Ele também se propõe a ser um espaço de educação permanente em gestão da saúde mental para todos municípios”, afirmou Viviane Maciel.
Por: Alessandra Maximiano
Foto: Alessandra Maximiano
