Colegiado de Saúde Mental debate avanços e desafios da RAPS no Leste de Minas

Encontro promovido pela Superintendência Regional de Saúde de Governador Valadares reforça a importância da articulação regional para fortalecimento da política de saúde mental

Na quinta-feira, 2/10, o Teatro Atiaia foi palco de um importante encontro: o Colegiado de Saúde Mental, promovido pela Superintendência Regional de Saúde (SRS) Governador Valadares. O evento reuniu referências técnicas em saúde mental para discutir estratégias de fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) no Leste de Minas Gerais. 

O Colegiado Regional é um espaço formal de governança da saúde mental, instituído por resolução da Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais (SES-MG). 

A referência técnica da Coordenação de Redes de Atenção à Saúde (CRAS) da SRS Governador Valadares, Heliana Monteiro, ressaltou que o encontro foi estratégico, especialmente diante de novas portarias do Ministério da Saúde que tratam da habilitação de Centros de Convivência — dispositivos fundamentais para o cuidado em liberdade e promoção da saúde mental. “Esses centros são acessíveis e potencializadores no território. Pensar a promoção da saúde mental e a prevenção de doenças psicossociais passa pela ampliação desses serviços”, explicou Heliana.

Jadeson Jannuzzi, psicólogo e coordenador do Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Virgolândia, destacou a relevância do colegiado como um espaço estratégico para proposição de melhorias. “O colegiado tem uma função importantíssima: trazer discussões, criar estratégias, propor novos serviços. A gente precisa de mais profissionais, valorização dos que já existem, e melhorias no financiamento. O objetivo é garantir um atendimento digno e efetivo para essa população tão marginalizada”, afirmou.

Para Fernando Eduarte, enfermeiro do CAPS de Virgolândia, esses eventos devem ser mais frequentes. “É nesses encontros que a gente melhora o atendimento ao público e as condições de trabalho dos profissionais. Eles também servem para estimular os gestores a implantarem CAPS e centros de convivência em suas localidades”, destacou.

Segundo Heliana Monteiro, a principal missão do colegiado é ouvir o território, para que as reais necessidades da população local sejam levadas a instâncias superiores de gestão. “As discussões precisam começar onde a política acontece, que é no território. Só assim conseguimos construir propostas reais, que cheguem com força no nível estadual e nacional”, concluiu a referência.

O colegiado reafirma seu papel como ferramenta de pactuação, escuta e proposição. Em uma região onde o acesso à saúde mental ainda é um desafio, espaços como esse se tornam essenciais para garantir direitos e promover o cuidado em liberdade — princípios centrais da política de saúde mental brasileira.

Por Paula Andressa –  estagiária sob supervisão

Foto: Geovana Ferreira

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