Unidade da Fhemig em Betim participa das ações para fortalecer o processo de doações de órgãos e tecidos com comissão intra-hospitalar credenciada e ativa
O Hospital Orestes Diniz, que integra a Casa de Saúde Santa Izabel (CSSI), da Rede Fhemig, em Betim, realizou nos dias 11 e 16 de maio suas primeiras captações de córneas para a realização de transplantes.
Os tecidos captados no dia 11 já foram aproveitados e os do dia 16 foram ofertados a duas equipes transplantadoras no dia 21 e têm alta probabilidade de serem utilizados. Isso significa a retirada de quatro pacientes da fila de espera e a oportunidade de mais qualidade de vida para essas pessoas.
A ação é inédita na CSSI e representa um importante reforço para a captação de tecidos e para a realização de transplantes no estado. Até o momento, a fila de espera por um transplante de córnea em Minas Gerais registra 4.394 pessoas. De janeiro a 22/5 deste ano, foram realizados 369 transplantes de córnea em Minas.
A captação realizada na CSSI comprova o papel das comissões intra-hospitalares de doação de órgãos e tecidos para transplantes (CIHDOTT). Elas são treinadas pelo MG Transplantes (MGTX) para avaliarem a viabilidade dos doadores, realizarem a abordagem dos familiares e notificarem o Banco de Tecidos Oculares do Hospital João XXIII (também conhecido como Banco de Olhos) para a retirada das córneas.
A gerente assistencial da CSSI, Natália Sousa Vieira, reforça a importância da criação e da qualificação das CIHDOTT’s: “Buscamos informações e apoio do MG Transplantes e do Banco de Olhos do Hospital João XXIII. Formalizamos nossa comissão e todos os membros atuaram para que conseguíssemos alcançar o objetivo de concretizar a captação. Ficamos ainda mais motivados após ter tido êxito nesse momento”.
Para Yan Tessari de Camargos, diretor clínico da CSSI e membro da CIHDOTT que realizou a primeira captação da unidade, “a conscientização para a doação de órgãos e tecidos é de extrema importância para a transformação da vida do receptor. A doação proporcionará uma nova chance de enxergar o mundo, como também de realizar atividades simples, mas essenciais para a recuperação da sua autonomia”, sublinha o médico.
O coordenador do Núcleo de Tecidos Oculares do MGTX, o oftalmologista Paulo Lener Peixoto de Araújo Filho, comemora a iniciativa da CSSI. “Essas captações representam uma nova perspectiva para a unidade. Elas já fizeram a diferença para a vida de quatro pessoas. Por isso, é importante o envolvimento de toda a equipe da unidade para a notificação”, reforça Paulo.
Sobre a doação
A córnea é a estrutura transparente que cobre a parte da frente do olho. O transplante permite sua substituição total ou parcial em caso de perfuração ou embaçamento e contribui para a recuperação da visão em mais de 90% dos casos.
O doador de tecidos oculares pode ter entre 2 e 80 anos, sendo necessário passar por uma triagem social e médica antes da doação, para definir se há alguma contraindicação.
Pacientes que ficaram cegos por diabetes, glaucoma, catarata ou usuários de óculos ou lentes de contato também podem ser doadores. Esses e outros problemas visuais não impedem a doação da córnea, pois vários deles estão localizados no fundo dos olhos e a córnea fica na superfície.
A retirada dos tecidos deve ser feita até 6 horas após o óbito (pode ser estendida até 12 horas em caso de resfriamento do corpo). As córneas podem ser armazenadas no Banco de Tecidos Oculares por até 14 dias até serem utilizadas. A retirada é realizada com técnicas cirúrgicas, sem que a aparência do doador seja modificada.
Por: Alexandra Marques