Chegou o carnaval e na empolgação da folia, aumentam os riscos das pessoas cometerem excessos, principalmente no uso abusivo do álcool, tornando-as mais vulneráveis às doenças sexualmente transmissíveis e à AIDS. Para prevenir esses riscos, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) está realizando uma campanha tendo como protagonista o preservativo, chamando a atenção da população para a importância de seu uso em todas as relações sexuais como única maneira de se proteger da AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs).Em Minas Gerais, o total de casos de AIDS registrados até janeiro de 2013 soma 34 mil. Neste número não estão contabilizadas as pessoas que têm o vírus do HIV e ainda não ficaram doentes, bem como as que contraíram o vírus e ainda não sabem. Para a campanha, a SES-MG disponibilizou cerca de 5 milhões de preservativos e confeccionou postais, abadás e adesivos com o mote da campanha: “Nesse carnaval, se prepare que eu vou usar! Camisinha foi feita para usar. Se o clima do carnaval esquentar, tenha sempre uma a mão. Sem ela não da pra ficar”. No Norte de Minas, serão realizadas blitzes, nesta sexta-feira, nas entradas e nas rodoviárias de várias cidades com histórico de carnaval de rua, em parceria com a Polícia Militar, SAMU, Corpo de Bombeiros e secretarias municipais de Saúde. Na mobilização serão distribuídos preservativos e folheteria sobre o tema.Em Montes Claros, a campanha acontece na rodoviária nesta sexta-feira (08/02), das 7h30 às 18h30. Também será realizada uma blitz no anel rodoviário, km 14, saída para Janaúba, orientando especialmente aos caminhoneiros.Os materiais informativos e preservativos também estão sendo distribuídos por instituições da Sociedade Civil, como Grappa e MGG, que farão atividades de prevenção nas ruas e em suas instituições.
Dados epidemiológicos
Dos 34 mil casos de AIDS registrados em Minas Gerais, 22.957 (67,52%) são homens e 11.042 (32,48%) mulheres. A maioria dos casos está concentrada na faixa etária de 20 a 34 anos. São 15.115 casos notificados nessa faixa etária, o que significa 44,5% dos casos. Na faixa etária que vai de 35 a 49 anos são 13.231 casos, outros 39% dos casos notificados.Menores de 01 a 09 anos somam 675 casos (2%) e entre 10 e 19 anos outros 558 casos (1,90%). Na população acima de 50 anos são hoje um pouco mais de 4.200 mil casos notificados (12,60%).Na transmissão vertical – via perinatal, contabilizamos desde o início dos casos 624 casos de AIDS em crianças. De 2010 a Janeiro de 2013 temos registro de 50 crianças com AIDS.No que se refere à categoria de exposição, os casos ainda estão concentrados nos heterossexuais, que contabilizam 17.420 casos notificados (51,23 %). Entre os homossexuais somam 5.286 (15,55%), entre os bissexuais 2.777 casos (8,17%). Os hemofílicos, os ignorados, os usuários de drogas injetáveis, bem como as pessoas que se submetem a transfusão de sangue e acidentes com material biológico, somam 8.517 casos de AIDS (25,05%).
O Programa de AIDS
A rede estadual de atendimento às pessoas que vivem com AIDS é constituída por 54 municípios que recebem incentivo financeiro fundo a fundo do Ministério da Saúde para ações de prevenção e assistência às DST´s e a AIDS.Além disso, uma rede de laboratórios dá sustentação ao diagnóstico do Vírus da Imunodeficiência Humana – HIV. Há os Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA), os Serviços de Atendimento Especializados (SAE) e as Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM), que fazem a coleta de sangue, aconselhamento pré e pós-teste, acompanhamento multidisciplinar ao paciente e distribuição de medicamentos: antirretrovirais, para as infecções oportunistas, para o tratamento da Lipoatrofia e Lipodistrofia facial e para as doenças sexualmente transmissíveis – DST´s. A Coordenação Estadual também credencia e capacita outros serviços que são portas de entrada para o atendimento de vitimas de violência sexual, de acidentes com materiais biológicos /Biossegurança e maternidades por todo o Estado para o atendimento das gestantes HIV positivas, reduzindo assim a transmissão vertical (de mãe para filho).
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Autor: Jerúsia Arruda