A partir deste mês de junho (ao longo de quatro meses), os bioquímicos das Casas de Saúde administradas pela Fhemig (Santa Izabel, Padre Damião, Santa Fé e São Francisco de Assis) serão treinados pela Coordenadoria Estadual de Dermatologia Sanitária, setor ligado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). O treinamento é parte das ações do Protocolo Sentinela de Investigação da Hanseníase, procedimento pioneiro no país, criado em dezembro de 2015 pelo Grupo Especial de Apoio e Assessoramento à Gestão das Casas de Saúde.
Dada a magnitude das questões ligadas à hanseníase (o Brasil é o país com o maior número de novos casos no mundo. Em 2014, foram mais de 31 mil novos casos), a ação da SES não se restringe às Casas de Saúde e se estende a todas as regiões do Estado, a fim de aperfeiçoar a atenção no que tange aos exames baciloscópicos, já que oexame tem papel fundamental como auxiliar no diagnóstico, ao permitir diferenciar a hanseníase das demais doenças dermatoneurológicas, bem como identificar recidivas e classificar possíveis casos para tratamento.
Segundo o assessor da Diretoria Assistencial da Fhemig, Tiago Possas, o assunto foi tema da reunião regular do Grupo Especial de Apoio e Assessoramento à Gestão das Casas de Saúde (do qual faz parte a Secretaria de Estado de Saúde, através da Coordenadoria Estadual de Dermatologia Sanitária), realizada na última sexta-feira (24). A reunião ocorre todos os meses, desde agosto de 2015 (data da criação do Grupo), e dela participam, dentre outros membros, a coordenadora Estadual de Dermatologia Sanitária, Maria do Carmo Rodrigues de Miranda e a referência médica da mesma Coordenadoria, Maria Aparecida de Faria Grossi.
Ainda de acordo com o assessor da Dirass, os ex-pacientes e servidores das quatro Casas de Saúde estão sendo avaliados através do exame dermatoneurológico realizado pelas equipes de referência dessas unidades assistenciais. Até o final do ano, há a expectativa de se avaliar todos os ex-pacientes e servidores das Casas de Saúde.
Destaque
Neste momento, a equipe de referência da Casa de Saúde Santa Fé (em Três Corações) apresenta um trabalho mais integrado com as equipes de Saúde da Família dos municípios vizinhos, o que a torna referência na região para os casos mais complexos. Vale destacar, segundo Cordovil Neves de Souza, representante do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Mohran), que com o Protocolo Sentinela, as Casas de Saúde consolidaram-se como referência para as regiões de sua abrangência. “Anteriormente, não havia um instrumento que permitisse avaliar a questão epidemiológica e realizar a vigilância da hanseníase. Com o Protocolo, é possível afirmar que atualmente não há novos casos e que os casos existentes estão sob controle. Isso representa um avanço para a saúde no Estado”, pontua Cordovil Neves.
Grupo Especial
O Grupo Especial de Apoio e Assessoramento à Gestão das Casas de Saúde é um grupo de trabalho dedicado exclusivamente à temática da hanseníase e foi criado em agosto do ano passado para estabelecer diretrizes de ação que permitam desenvolver terapia individualizada para os ex-pacientes das Casas de Saúde, novas modalidades de atenção e acolhimento mais moderno.
Autor: Agência Minas