A Central de Notificação, Captação e Doação de Órgãos e Tecidos (CNCDO- Leste), em parceria com a Superintendência Regional de Saúde de Valadares (SRS-GV) e a Secretaria Municipal de Saúde promoveu na manhã do dia 28-09 (sábado), no centro de Valadares, a XIII Campanha Nacional de Doação de órgãos e Tecidos, com um evento de abertura e caminhada de conscientização pelo centro da cidade.
O objetivo foi a sensibilização e a colaboração de toda a sociedade para oferecer uma oportunidade a todos que necessitam de um transplante de órgãos, diminuindo assim a fila de espera dos receptores de córnea, rins, coração, fígado, pulmão, pâncreas, entre outros e também comemorar o Dia Nacional do Doador de Órgãos, que é celebrado no dia 27 de setembro.
As ações tiveram início através de uma solenidade oficial realizada na Praça dos Pioneiros com a participação da Orquestra Sinfônica da Igreja Presbiteriana Macedônia de Governador Valadares e da banda da Polícia Militar da 8ª Região Militar. Em seguida o diácono da Igreja Católica, Gilberto Metsker, impetrou uma benção para a campanha.
A superintendente Regional de Saúde de Governador Valadares, Sheila Furbino em seu pronunciamento, ressaltou a importância da participação das pessoas na doação de órgãos e tecidos.” É preciso lembrar a todos que para nós seres humanos essa atitude de doação talvez seja a maior demonstração de solidariedade humana que existe. Nós sabemos que quando um transplante é bem sucedido, uma vida é salva e com ele se resgata também a saúde física e psicológica de toda a família envolvida com o paciente transplantado”, disse.
Ainda segundo a superintendente, “dados apontam que em 2012 o Estado apresentou o menor índice de rejeição de doação de órgãos em todos os estados da Federação e temos o maior e melhor Centro de Capatação e Doação de órgãos do País. Ações como esta de hoje é que fazem com o que Minas se sobressaia no Brasil”, enfatizou.
Já o secretário Municipal de Saúde de Governador Valadares, Renato Fraga salientou a melhoria dos indicadores de doação e transplante de órgão no País. ”O Brasil é um dos principais países no mundo no número de transplantes realizados. Isso demonstra a conscientização do povo brasileiro, bem como destaca o bom trabalho desenvolvido pelo SUS, principalmente em nosso Estado pelo MG Transplante e pelo município. Quando se faz uma doação de órgão ou tecido estamos ajudando as pessoas que necessitam ter uma qualidade de vida melhor”, frisou.
O coordenador do CNCDO_Leste de Governador Valadares, Célio Ferreira Magalhãesencerrou a primeira parte do evento, agradecendo a participação da sociedade na campanha e mostrando o avanço na Doação de órgão no Estado e no País.” Os dados sobre doação relativos a década de 2002/ 2012 apontam um acréscimo significativo em termos de captação e transplantes de órgãos. Para se ter uma idéia do crescimento ocorrido, em 2002 realizamos 1.014 transplantes no Estado subindo este número em 2012 para 2.314. Na parte de córneas a CNCDO Leste realizou ano passado 316 captações, sendo que neste ano até setembro o número de doações já é de 240, que permite que visualizemos que o número de doações ira superar a lista de espera de pacientes com esta demanda”, informou.
Após a abertura, os participantes avaliados em mais de 300 pessoas seguiram numa caminhada pelas ruas do centrais da Cidade,retornando posteriormente à praça. Nesta atividade, houve o apoio de um carro de som e a participação especial do Grupo Bike de Governador Valadares.
MG Transplantes
O Complexo de MG Transplantes é composto por centros de notificação, captação e distribuição de órgãos (CNCDO) na região Metropolitana de Belo Horizonte, Zona da Mata, Sul, Oeste, Nordeste e Leste do Estado. É responsável por coordenar a política de transplantes de órgãos e tecidos no Estado de Minas Gerais, regulando o processo de notificação, doação, distribuição e logística, avaliando resultados e capacitando hospitais e profissionais afins na atividade de transplante.
Há dois tipos de doadores de órgãos, o doador cadáver e o doador vivo. É importante comunicar à família o desejo de ser doador, não é necessário deixar nada por escrito. Podem ser doados os seguintes órgãos: córneas, coração, pulmões, rins, fígado, pâncreas e ossos (o MG Transplantes ainda não faz captação de ossos). O doador vivo é qualquer pessoa saudável que concorde com a doação, sem comprometimento de sua saúde e aptidões vitais. Por lei, podem ser doadores cônjuges e parentes até o quarto grau. Não parentes do paciente, somente com autorização judicial.
Os doadores vivos podem doar um dos rins, a medula óssea, uma parte do fígado, uma parte do pulmão e uma parte do pâncreas. O potencial doador vivo também deve ser encaminhado a um Centro Transplantador, para que se verifique as possibilidades do transplante. A retirada de tecidos, órgãos de doador cadáver para transplantes depende da autorização do cônjuge ou parentes até o segundo grau, que são consultados após o diagnóstico de morte encefálica (parada total e irreversível do cérebro, atestado por diversos exames).
Quando o paciente está em quadro de morte encefálica, mas com o coração ainda batendo, podem ser retirados todos os órgãos passíveis de doação. Com o coração parado é possível doar apenas as córneas, que podem ser retiradas num prazo de até seis horas. Para entrar na lista de receptores de órgãos e transplantes é preciso ser encaminhado por um médico para um dos Centros Transplantadores. O paciente é submetido a vários exames, que variam conforme o caso clínico, para que seja comprovada a necessidade do transplante.
Para a realização do transplante, há uma lista única do Estado de Minas Gerais, sob a responsabilidade do Complexo MG Transplantes, em que são observados vários critérios: urgência, compatibilidade de grupo sanguíneo, compatibilidade anatômica (tamanho do órgão e do paciente), compatibilidade genética, idade do paciente, tempo de espera, dentre outros critérios.
Infraestrutura
O Governo do Estado tem investido na infraestrutura e em recursos humanos no MG Transplantes. Minas Gerais é o Estado que proporciona a melhor logística de transporte aéreo e terrestre no país. O transporte aéreo, à disposição 24 horas, ajuda no transporte da equipe para retirada de múltiplos órgãos fora de Belo Horizonte e também no transporte de órgãos e tecidos. Nos locais onde não existe a possibilidade de pouso de avião, as polícias Militar, Civil e Federal têm helicópteros à disposição.
Autor: Frederico Bussinger