Para prevenir e também se preparar para um possível enfrentamento de casos de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), vírus A (H5N1), na macrorregião de saúde Triângulo Sul, a Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberaba vem planejando ações em conjunto com outros órgãos parceiros do Estado de Minas Gerais. Nos últimos dias 16, 17 e 18 de agosto, foi realizada capacitação para o sistema online Go.Data, utilizado para notificação de casos em humanos, rastreio de contatos e resposta a surtos, no laboratório de informática cedido pelo Centro Universitário UniFACTHUS.
Desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde, o sistema adotado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) permite, entre outros, a visualização de cadeias de rastreio e o acompanhamento de pacientes expostos ao agravo, além de poder ser implementado com outros sistemas de saúde. De acordo com a referência técnica em Sistemas de Informação em Saúde, Gislaine Chagas, responsável pela capacitação, “a tecnologia de informação é um instrumento que facilita a tomada de decisões em saúde pública e isso permite mais autonomia às secretarias municipais de saúde, o que é fundamental para auxiliar a conter a disseminação de surtos e agravos transmissíveis”.
Denise Maciel, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SRS Uberaba, salienta que “a superintendência está em permanente contato com instituições parceiras neste enfrentamento, como o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), a Polícia Militar de Meio Ambiente de Minas Gerais (PMMG) e aEmpresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater). Juntos, vamos promover reuniões microrregionais de alinhamento, que devem acontecer entre agosto e setembro, e já estamos participando de eventos direcionados a pequenos produtores, enviando comunicados importantes e fazendo reuniões de orientação” conclui a coordenadora.
Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP)
O Ministério da Agricultura e Pecuária notificou à Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) as primeiras detecções de IAAP em aves silvestres no Brasil em 15 de maio de 2023. Foram registrados 32 focos confirmados nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo e Bahia, sem nenhum registro em Minas Gerais, até o momento. Não há pessoas infectadas no Brasil e a transmissão de humano para humano também não foi relatada nas Américas ou globalmente, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Ainda não há vacinas disponíveis para humanos contra o agravo e as vacinas para aves não são 100% eficazes, estando em fase de estudos.
É considerado caso suspeito primário a pessoa exposta à ave doente e que apresentar ao menos dois dos seguintes sintomas: febre (maior ou igual a 38°C) ou histórico de febre, sintomas respiratórios (tosse, congestão nasal, coriza, dor de garganta e dificuldade para respirar), sintomas gastrointestinais (náuseas, vômitos e diarreia), mialgia, cefaleia e/ou conjuntivite.
É considerado um contato, a pessoa que, sem a utilização adequada de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) recomendados, teve contato próximo (menos de 2 metros) e prolongado (mais de 15 minutos) com caso humano suspeito, provável ou confirmado, ou teve contato direto com secreções do caso humano suspeito no período infeccioso (1 dia antes do início dos sintomas, até que eles cessem).
Autor: Sara Braga