SRS Juiz de Fora realiza oficina sobre manejo e controle de escorpiões

Foto: SRS Juiz de Fora

A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora finalizou, no dia 12 de abril, a realização da segunda turma da oficina para orientação sobre o manejo e controle de escorpiões. Participaram 53 agentes de endemias que realizam o trabalho de campo nos municípios de abrangência da SRS Juiz de Fora. A primeira oficina ocorreu no dia 5 de abril. As turmas foram divididas para manter a qualidade do curso. 

Para melhor aproveitamento dos agentes, as oficinas contaram com uma etapa teórica realizada no auditório da SRS e a outra etapa prática, em salas preparadas com lupas para identificação dos escorpiões e área de convivência, onde os agentes aprenderam sobre a captura de escorpiões em espaços residenciais.

A referência técnica de zoonoses, monkeypox e animais peçonhentos do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da SRS Juiz de Fora, Glênia Campos, ministrou as oficinas nas duas etapas. Segundo a técnica, com o aumento de casos de escorpionismo e demandas da população no território, há necessidade de manter as equipes municipais capacitadas. “Orientamos quanto à captura do animal, identificação da espécie encontrada, e manejo ambiental” disse. 

O secretário de Saúde do município de Mar de Espanha, Eder Sousa Santos, falou sobre a oficina. Segundo ele, “os agentes de endemias após essa oficina estão muito mais capacitados tanto no trabalho de campo quanto na abordagem com os moradores”. E continuou: “como gestor, pude ver as dificuldades e riscos que os profissionais passam e a importância de saberem as técnicas e terem todos os insumos para exercer a atividade no combate ao escorpião. Aprendi também que um escorpião no município pode trazer muitos problemas futuros. Um Serrulatus gera 168 filhotes durante sua vida e um Serrulatus e seus filhotes geram incríveis 6.770,556 novos escorpiões”, disse o secretário.

 

Dados Epidemiológicos

Segundo dados extraídos do Sistema SINAN – Painel temático – site da vigilância em saúde – foram contabilizados 1.714 acidentes por escorpião no período de 2018 a 2023 nos municípios que compõem a SRS Juiz de Fora (média de 286 acidentes por ano) sendo: 2018 (350); 2019 (356); 2020 (329); 2021 (322); 2022 (294) e 2023 (63). Em termos de acidentes por animais peçonhentos, estes números representam o segundo lugar em casuística (frequência de casos). Em primeiro lugar temos acidentes por aranhas.

 

Medidas de Controle 

De acordo com o inciso 10 do Artigo 3º da portaria nº1172/GM de 15 de junho de 2004, compete ao município o registro, captura, apreensão e eliminação de animais que representam risco à saúde do homem.

As medidas de controle e manejo baseiam-se na retirada dos escorpiões e modificações das condições do ambiente, a fim de torná-lo desfavorável à permanência e proliferação desses animais.

Segundo Glênia Campos, “é importante sensibilizar as autoridades municipais e o gestor de saúde, que deverá facilitar a formação de parcerias com órgãos oficiais (limpeza urbana, obras públicas, vigilância sanitária, Educação, secretaria do Meio Ambiente) e Associações Comunitárias.“ Ainda segundo Glênia, devido a capacidade de infestação e proliferação de algumas espécies, principalmente do T. serrulatus, a ocorrência de apenas um exemplar deve ser considerada como provável área de risco e as ações de manejo e controle devem ser desenvolvidas por completo. 

 

Recomendações para se evitar ocorrências de acidentes

Examinar roupas antes de usar;

Usar luvas grossas e calçados fechados durante o manuseio de materiais de construção, transporte de lenha, madeira e pedras em geral;

Manter berços e camas afastados no mínimo 10 cm das paredes e evitar que mosquiteiros e roupas de cama toquem o chão;

Tomar cuidado especial ao encostar-se em locais escuros e úmidos e com presença de baratas.

Em caso de acidente procure imediatamente assistência médica.

Autor: Roseli de Oliveira Alves

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