Iniciada em janeiro de 2021 no Norte de Minas e com mais de 3,4 milhões de doses de imunizantes já repassadas a 86 municípios, a vacinação contra a covid-19 enfrenta novos desafios na macrorregião de Saúde Norte. Trata-se do avanço na aplicação da segunda dose de imunizantes e das doses de reforço na população que já iniciou o esquema vacinal, mas que não voltou às unidades de saúde para o complemento do esquema vacinal definido pelo Ministério da Saúde.
Com 1.335.427 pessoas com idade superior a 3 anos que já tomaram a primeira dose de imunizantes contra a covid, atualmente a macrorregião de saúde Norte possui cobertura vacinal de 81,59%. Para essa primeira etapa da campanha de vacinação, o público estimado pelo Ministério da Saúde a ser vacinado no Norte de Minas é de 1.636.681 pessoas. O recomendado pelo Ministério da Saúde é que a cobertura vacinal seja superior a 90% da população.
Já a cobertura vacinal com a administração da segunda dose de vacinas ou da dose única de imunizante da Janssen está em 72,48%, alcançando 1.186.269 pessoas residentes em 86 municípios. Ou seja, mais de 149 mil pessoas ainda não voltaram às unidades de saúde para tomar a segunda dose de vacinas contra a covid.
A coordenadora de vigilância em saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, lembra que, normalmente, uma pessoa que contrair covid-19 só não evolui para situações de saúde mais graves caso esteja com alto nível de imunidade, ou seja, tenha completado o esquema vacinal.
Outra situação que preocupa é o fato de que, nas últimas semanas, a taxa de positividade dos testes para a covid aumentou para 30% na região, conforme amostras analisadas no laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. Por semana, a SRS Montes Claros envia à Funed 20 amostras para realização de sequenciamento genético. “Nesse contexto, é de fundamental importância que as pessoas não abandonem as ações de prevenção contra a covid e os municípios mantenham a busca ativa das pessoas que estão com o esquema vacinal incompleto”, ressalta Agna Menezes.
A coordenadora observa ainda que, diante do aumento de casos de covid-19 no país, com a identificação da nova variante BQ.1, além das duas doses iniciais de vacinas, a população com idade acima de 40 anos precisa completar o esquema vacinal com duas doses de reforço.
De acordo com dados do Boletim Epidemiológico atualizado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), coletados na sexta-feira, 18 de novembro, na macrorregião de Saúde Norte, mais de 990 mil pessoas não voltaram às unidades de saúde para tomar a primeira ou a segunda dose de reforço.
De um público com idade acima de 12 anos, estimado em 1.439.405 pessoas que devem tomar a primeira dose de reforço contra a covid, até o momento pouco mais de 698,6 mil tiveram a segunda dose administrada. Com isso, a cobertura vacinal desse público está em 48,54%.
Por outro lado, a aplicação da segunda dose de reforço na população com idade acima de 40 anos está em 27,63%. De um público estimado de 709.431 pessoas com idade a partir de 40 anos aptas a tomarem a segunda dose de reforço de vacinas contra a covid, compareceram às unidades de saúde pouco mais de 196 mil.
Crianças
Ainda de acordo com dados contabilizados pela SES-MG, na macrorregião de Saúde Norte, a cobertura vacinal com a aplicação da primeira dose de imunizantes contra a covid-19 em crianças com idade entre 3 e 11 anos está em 57,14%. De um público estimado de 197.276 a ser vacinado, compareceram às unidades de saúde 112.732 crianças. Já a cobertura vacinal com aplicação da segunda dose está em 35,87%, contemplando 70.771 crianças que retornaram às salas de vacinação.
“Só com a imunização completa teremos condições de voltar a ter uma vida normal, uma vez que teremos reduzida a disseminação do novo coronavírus, bem como a proliferação de novas variantes. Enquanto as coberturas vacinais não alcançarem mais de 90% da população é importante que as pessoas mantenham os cuidados com a higiene, além de assegurar o acesso das crianças à vacinação”, lembra a coordenadora de vigilância em saúde.
Autor: Pedro Ricardo