Ocorreu na última terça-feira, 18 de outubro, por videoconferência, a 40ª Reunião do Colegiado Regional de Saúde Mental para referências dos Centros de Assistência Psicossocial (CAPS), coordenadores da Atenção Primária e técnicos dos hospitais com leitos de Saúde Mental da macrorregião de Saúde Oeste.
Na pauta da reunião estava o Apoio Matricial (AM) das equipes de Atenção à Saúde dos municípios. O AM é uma forma de operacionalizar o trabalho em rede em que se valoriza uma concepção ampliada do processo tanto de saúde quanto de doença. Por meio dele se busca a interdisciplinaridade para um diálogo e interação entre profissionais que trabalham nas equipes, bem como nas redes e sistema de saúde.
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) inclui Atenção Primária – Equipes de Saúde da Família, de Atenção Primária à Saúde e do Núcleo de Atenção à Saúde da Família-, os Centros de Convivência, Unidade de Acolhimento, CAPS, Equipe de Consultório na Rua, Serviço Residencial Terapêutico, Unidade de Pronto Atendimento, SAMU, Hospitais Gerais, além de Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Conselho Tutelar, entre outros.
O educador da Escola de Saúde Pública de Minas Gerais, Rodrigo Machado, explicou que o Apoio Matricial é utilizado para que os profissionais sejam capazes de ampliar a capacidade de compreender e agir sobre a realidade com o objetivo de fortalecer as instituições e as políticas públicas. “É uma forma de trabalho para democratizar a gestão das organizações, formando coletivos para produzir bens ou serviços de saúde e incentivar a participação dos sujeitos na gestão do serviço e dos seus processos de trabalho, para propor estratégias de forma deliberada ou intencional para estabelecer relações dialógicas, com compartilhamento de afetos e de conhecimentos” ressaltou o educador da ESP-MG.
Apoio Matricial
Para mudar a forma de se pensar o trabalho na assistência, o AM trabalha duas dimensões basilares. Uma é o suporte técnico pedagógico e outra, o suporte técnico assistencial. A também educadora da ESP-MG, Fernanda Maciel, ressaltou que a primeira dimensão busca oferecer apoio educativo para a equipe de referência e ações realizadas conjuntamente, propondo discussões clínicas, consultas e visitas domiciliares conjuntas, possibilitando um aumento da capacidade resolutiva das equipes diante das questões de saúde trabalhadas diariamente. A segunda dimensão basilar intermedia a realização de ações clínicas pelo apoiador matricial diretamente com os usuários como forma de determinar critérios para definição da necessidade de atenção especializada.
A referência da RAPS da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Divinópolis, Cecília Godoi, frisou que o Apoio Matricial é uma estratégia de organização de trabalho entre equipes de saúde baseada na ideia de cogestão e do suporte técnico especializado. Uma forma, segundo ela, de produzir o cuidado colaborativo entre duas ou mais equipes de saúde de maneira compartilhada, possibilitando a redução do cuidado fragmentado ainda tão presente nos serviços de saúde. “Ele [Apoio matricial] busca ordenar o cuidado psicossocial numa lógica territorial, rompendo com práticas burocratizadas e possibilitando a troca de saberes, a organização dos fluxos na Rede de Atenção à Saúde e das ações no território”, disse a referência da RAPS da SRS Divinópolis.
Autor: Willian Pacheco