Municípios da SRS de Montes Claros implementam campanha de vacinação antirrábica

Vacinação / Arquivo

Trinta e sete municípios que integram a área de atuação da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros começaram na segunda-feira, primeiro de agosto, a realização da campanha de vacinação antirrábica. Neste ano a previsão é de que em 54 municípios sejam vacinados cerca de 240 mil cães e gatos. 

Para a realização da campanha a SRS repassou mais de 212,5 mil doses de vacinas aos municípios. Assim como nos anos anteriores, o quantitativo teve acréscimo de 5% em relação ao ano anterior. Nas próximas semanas outras 35.145 doses serão entregues às secretarias de saúde de Montes Claros, Janaúba, Francisco Sá e Bocaiúva para complemento do quantitativo necessário para aplicação nos animais. 

Os municípios que este ano recebem maior quantidade de vacinas são: Montes Claros (55.000 doses); Bocaiúva (13.645); Janaúba (12.750); Francisco Sá (11.500); Rio Pardo de Minas (9.125); Porteirinha (8.625); Jaíba (8.500) e Espinosa (7.500).

Ildeni Meireles, referência técnica da Coordenadoria de Vigilância em Saúde da SRS de Montes Claros explica que neste sábado, seis de agosto, a campanha de vacinação será iniciada em Francisco Sá. Já segunda-feira, dia oito de agosto, mais nove municípios vão iniciar a vacinação antirrábica: Capitão Enéas; Catuti; Cristália; Fruta de Leite; Guaraciama; Indaiabira; Josenópolis; Vargem Grande do Rio Pardo e Verdelândia. 

Em Montes Claros a campanha de vacinação será realizada entre os dias 14 e 28 de agosto. A meta é vacinar todos os cães e gatos, em até 45 dias, a partir do início da campanha em cada localidade.

A DOENÇA

A coordenadora de vigilância em saúde da SRS, Agna Soares da Silva Menezes explica que a raiva é uma doença infecciosa, viral e aguda que acomete mamíferos, inclusive o homem. Se caracteriza como uma encefalite progressiva com letalidade de aproximadamente 100%. 

“Trata-se de uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano pela vacinação de cães e gatos, além da existência de medidas eficientes de prevenção, como a imunização humana; a disponibilização de soro antirrábico humano e a realização de bloqueios de foco”, observa a coordenadora.

A doença é transmitida ao homem pela saliva de animais infectados, principalmente por meio da mordedura. A doença também pode ser transmitida pela arranhadura ou lambedura desses animais, incluindo morcegos.

O período de incubação é variável entre as espécies, desde dias até anos, com uma média de 45 dias no ser humano, podendo ser mais curto em crianças. Nos cães e gatos a eliminação de vírus pela saliva ocorre de dois a cinco dias antes do aparecimento dos sinais clínicos e persiste durante toda a evolução da doença (período de transmissibilidade). A morte do animal acontece, em média, entre cinco e sete dias após a apresentação dos sintomas.

Não se sabe ao certo qual o período de transmissibilidade do vírus em animais silvestres. Entretanto, sabe-se que os morcegos podem albergar o vírus por longo período, sem sintomatologia aparente.

SINTOMAS

Após o período de incubação, surgem os sinais e sintomas clínicos inespecíficos da raiva, que duram em média de dois a dez dias. Nesse período, o paciente apresenta mal-estar geral; pequeno aumento de temperatura; anorexia; cefaleia; náuseas; dor de garganta; entorpecimento; irritabilidade; inquietude e sensação de angústia.

Podem ocorrer inchaço, aumento da sensibilidade ao tato ou à dor, frio, calor, formigamento, agulhadas, adormecimento ou pressão no trajeto de nervos periféricos, próximos ao local da mordedura e alterações de comportamento.

A infecção da raiva progride, surgindo manifestações mais graves e complicadas, como: ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes; febre; delírios; espasmos musculares involuntários, generalizados ou convulsões.

Espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua ocorrem quando o paciente vê ou tenta ingerir líquido, apresentando sialorreia intensa (“hidrofobia”). Os espasmos musculares evoluem para um quadro de paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. Observa-se, ainda, a presença de disfagia, aerofobia, hiperacusia e fotofobia.

O paciente se mantém consciente, com período de alucinações, até a instalação de quadro comatoso e a evolução para óbito. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas até o óbito, é, em geral, de dois a sete dias.

TRATAMENTO

A confirmação laboratorial em vida, ou seja, o diagnóstico dos casos de raiva humana, pode ser realizada pelo método de imunofluorescência direta, em impressão de córnea, raspado de mucosa lingual ou por biópsia de pele da região cervical.

A sensibilidade dessas provas é limitada e, quando negativas, não se pode excluir a possibilidade de infecção. A realização da autópsia é de extrema importância para a confirmação diagnóstica.

A raiva é uma doença quase sempre fatal, para a qual a melhor medida de prevenção é a vacinação pré ou pós exposição ao vírus. Quando a profilaxia antirrábica não ocorre e a doença se instala, pode-se utilizar um protocolo de tratamento da raiva humana, baseado na indução de coma profundo, uso de antivirais e outros medicamentos específicos. Entretanto, é importante salientar que nem todos os pacientes de raiva, mesmo submetidos ao protocolo sobrevivem.

   (*) Esse conteúdo foi produzido durante a campanha eleitoral e publicado após o período de vedação legal de divulgação.

 

Autor: Pedro Ricardo

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