Aprovada a implantação da Rede AVC do Norte de Minas

CIRA

​Foi aprovada em reuniões realizadas nesta quarta e quinta-feira (30/11 e 01/12),​ ​a implantação, no Norte de Minas, d​​o Projeto Madre Tereza de Calcutá, ​que compreende a criação da primeira rede de atendimento de pessoas vítimas de Acidente Vascular Cerebral (AVC) do Estado de Minas Gerais​​.​ A Comissão envolve a participação de gestores de 86 municípios que integram as áreas de jurisdição das Regionais de Saúde de Montes Claros, Januária e Pirapora.

​​Com a aprovação do projeto e dos fluxos e protocolos de atendimento de vítimas de AVC envolvendo hospitais e serviços da atenção básica de saúde, a partir do próximo dia 17,​​ ​o Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência do Norte de Minas (Cisrun) iniciará a capacitação de médicos e enfermeiros que atuam em todos os hospitais de Montes Claros, onde se concentram os serviços de alta complexidade da região norte-mineira.

Já a partir de janeiro de 2017 as oficinas de capacitação serão realizadas em todas as microrregiões do Norte de Minas, visando possibilitar que os profissionais de saúde de todos os municípios sigam os mesmos procedimentos para atendimento de pessoas acometidas por acidente vascular cerebral. Os atendimentos de alta complexidade de vítimas de AVC serão centralizados na Santa Casa de Montes Claros, mas o encaminhamento dos pacientes será precedido de análises criteriosas.

Durante a reunião da Comissão Intergestora da Região Ampliada de Saúde​, ​o coordenador médico do Serviço Móvel de Urgência (Samu), Daniel Silva Ramos​, ​destacou a importância da implantação da Rede AVC no Norte de Minas, levando-se em conta que se trata de uma doença que se constitui numa das principais causas de mortes em todo o mundo. Em média, por ano somente o Samu atende cerca de mil pessoas vítimas de AVC.

“Dotar a região de estrutura e de profissionais de saúde capazes de identificar de forma precoce os casos de AVC, possibilitará aos serviços de saúde reduzir os índices de mortalidade e, também, o número de pessoas que, pelo resto da vida, são obrigadas a conviver com as sequelas causadas pela doença”, ressaltou Daniel Ramos.

O secretário municipal de saúde de Taiobeiras e integrante da diretoria do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (Cosems), Eduardo Luiz da Silva também ressaltou a importância da implantação da Rede AVC, levando-se em conta que os serviços de saúde dos municípios enfrentam muitas dificuldades para atender as demandas que precisam de atendimento médico de urgência.

A superintendente Regional de Saúde de Montes Claros, Patrícia Aparecida Afonso Guimarães Mendes​, ​reforçou a importância da união de esforços entre Estado e municípios visando dotar as unidades básicas de saúde e os hospitais de todas as microrregiões de estrutura capaz de aumentar os serviços prestados à população com bons níveis de resolutividade. A superintendente entende que a implantação da Rede AVC​​ ​é um​ ​avanço pois possibilitará viabilizar novos investimentos na melhoria e modernização de equipamentos dos hospitais.

A rede

​​A implantação da Rede AVC está sendo viabilizada com aporte de aproximadamente R$ 1 milhão disponibilizado pelo Rotary International. O projeto foi elaborado pelo governador do Distrito 4760 do Rotary, Alexandre Pires Ramos​, ​em parceria com a Santa Casa de Montes Claros que está preparando ala de 20 leitos para atendimento de pessoas vítimas de acidente vascular cerebral. A previsão é de que o serviço seja iniciado em fevereiro de 2017 e, posteriormente, será submetido à avaliação do Ministério da Saúde para credenciamento junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Com a definição dos fluxos e protocolos, as pessoas vítimas de AVC serão avaliadas por médicos do Samu e, caso necessário, serão encaminhadas para realização de exames de tomografia em hospitais de referência. Profissionais de saúde do hospital enviarão as imagens da tomografia para a unidade de AVC que está sendo instalada na Santa Casa de Montes Claros e um neurocirurgião avaliará se o paciente deverá ou não ser transferido para ser submetido a cirurgia. A previsão é de que, com a implantação da Rede AVC, o tempo de internação dos pacientes que atualmente dura em média nove dias seja reduzido para três dias.​

 

Autor: Pedro Ricardo

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