A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Coronel Fabriciano, promoveu nesta terça (20/10) e quarta-feira (21/10), uma oficina de capacitação sobre Hepatites Virais. O evento foi ministrado pelas referências técnicas estaduais de Hepatites Virais da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Geraldo Scarabelli Pereira e Artur Austin Umbelino.
A enfermeira e referência técnica em imunização da SRS de Coronel Fabriciano, Micheli Moreira Egydio, que coordenou o evento, informou que o objetivo foi capacitar e sensibilizar os profissionais da atenção primária, equipe de ESF e PACS, sobre a importância da notificação compulsória e a alimentação correta do banco de dados do SINAN quanto às Hepatites Virais.
Durante a oficina de capacitação foram apresentadas a situação epidemiológica da doença em âmbito geral e a perspectiva histórica das Hepatites, bem como a necessidade do diagnóstico precoce. Foi destacado também a investigação por meio de testes rápidos e marcadores sorológicos nos grupos de risco: relação sexual sem proteção; tratamento dentário; trabalho de parto; uso compartilhado de lâminas de barbear, alicates de cutículas, tatuagem, piercing, entre outros; o acompanhamento de gestantes no pré-natal e parto; e à vacinação contra hepatites A e B. Os profissionais de saúde foram orientados sobre a interpretação dos exames sorológicos, aplicando exercícios para esclarecimento de dúvidas.
As referências técnicas estaduais, Artur Austin Umbelino e Geraldo Scarabelli Pereira, criaram um sistema de informação capaz de identificar as inconsistências obtidas no SINAN para as devidas correções, além de links para comunicação virtual entre municípios, SRS e Coordenação Estadual.
Artur Austin Umbelino, fez uma breve apresentação sobre o último inquérito de hepatites realizado em Minas Gerais e auxiliou os profissionais presentes no manejo do referido sistema, esclarecendo as dúvidas. Segundo Artur, diante de um agravo silencioso e muitas vezes silenciado, é importante o envolvimento e integração de todos os profissionais de saúde, com objetivo de identificar, notificar e investigar os portadores de Hepatites Virais, para que os mesmos possam ter um atendimento digno e humanizado.
O servidor Reinaldo Romeu dos Santos Júnior, que participou do evento representando o Núcleo de atenção primaria à saúde da SRS de Coronel Fabriciano, informou que a oficina foi muito esclarecedora e ressaltou a importância do ACS nos casos de notificação. “A atenção primária é a chave para a otimização das notificações das hepatites virais”, ponderou Reinaldo.
Hepatites virais
As hepatites virais são doenças inflamatórias do fígado que comprometem suas funções. A hepatite A é transmitida via oro-fecal e as hepatites B e C pelo sangue, sêmen e secreção vaginal. A maioria dos casos é assintomática por muitos anos, o que propicia o diagnóstico tardio, com complicações como a cirrose e carcinoma hepático, podendo levar o paciente a óbito.
As hepatites virais mais comuns são as causadas pelo vírus A, B e C. Em grande parte dos casos, são doenças silenciosas, mas quando manifestam, os sintomas mais comuns são: febre, fraqueza, mal-estar, dor abdominal, enjoo/náuseas, vômitos, perda de apetite, urina escura, icterícia, fezes esbranquiçadas.
Os meios de prevenção são vacinação, uso de preservativos, esterilização dos instrumentos/equipamentos de trabalho e ambientes. O SUS oferece vacina contra hepatite A e B, conforme o calendário de vacinação e nota técnica 130/2014, do Ministério da Saúde.
Autor: Flávio A. R. Samuel