A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais realiza nos dias 10 a 13 de junho no município de Frei Gaspar o levantamento e inquérito entomológico com armadilha, para detectar a presença de mosquitos transmissores da Leishmaniose Visceral.
O objetivo deste trabalho, dentre outros, é verificar a presença do principal vetor transmissor da Leishmaniose Visceral, ou Calazar, o Lutzomya longipalpis, também conhecido como mosquito palha, birigui, tatuquiras, em municípios sem casos humanos desta doença ou municípios silenciosos (podem ter a presença do vetor, porém sem notificação de casos humanos).
O resultado realizado em outros municípios da jurisdição da Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni aponta para o fenômeno da urbanização da Leishmaniose Visceral. As transformações ambientais, tais como secas prolongadas e periódicas e o chamado êxodo rural, vem acarretando a expansão das áreas endêmicas e o aparecimento de novos focos da doença na área da SRS de Teófilo Otoni.
A DOENÇA
A Leishmaniose Visceral é uma doença sistêmica, pois, acomete vários órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea, é uma doença de evolução lenta, que pode provocar febre irregular por muito tempo, crescimento da barriga, anemia, palidez, emagrecimento, diarreia, e, em casos mais graves, sangramento na boca e intestino. Foi descrita pela primeira vez em 1913 em um paciente oriundo do município de Boa Esperança, no Mato Grosso. Desde então, a transmissão da doença vem sendo descrita em vários municípios, de todas as regiões do Brasil, exceto na Região Sul. Para prevenção desta doença, algumas medidas de proteção devem ser adotadas, tais como, uso de mosquiteiros com malha fina, telagem de portas e janelas, uso de repelentes, e principalmente, a captura de cães suspeitos, principalmente em áreas urbanas. Pode tornar grave e levar à morte caso o doente não faça tratamento.
Para a Referência Técnica do Programa de Controle das Leishmanioses da Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni, Jorge Mendes Santos, “a importância deste trabalho se dá principalmente, pela prevenção de casos da doença na população exposta e através deste levantamento podemos desenvolver outras ações tipo inquérito canino, borrifação e mapeamento das áreas, facilitando o controle dos flebotomíneos”.
Autor: Lineu Cardoso