Técnicos da Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) se reuniram na última sexta-feira, dia 4, com representantes da Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros com objetivo de planejar as ações de combate à dengue no município (estratégias de bloqueio do Aedes Aegypti e atendimento aos casos notificados na cidade).
Segundo o secretário municipal de Saúde, Geraldo Edson Guerra, Montes Claros possui 186 mil imóveis cadastrados em 210 zonas de ação dos agentes de saúde. “Dos 123 agentes contratados pelo município, 123 atuam no controle da dengue. É um número reduzido e contamos com o apoio da população, que precisa fazer sua parte, cuidando de seus quintais, não jogando lixo nas ruas, mantendo caixas d´água, piscinas e outros reservatórios devidamente tampados para evitar a formação de focos do mosquito e, consequentemente, a contaminação das pessoas pelo vírus da dengue”, observa.
Geraldo Edson ressalta que a partir deste fim de semana a secretaria iniciará o trabalho de mobilização social e intensificará as ações dos agentes, contando inclusive com o apoio dos agentes do Programa Saúde da Família. “Temos que estimular as pessoas a buscarem o atendimento nos serviços de saúde pública, seja nas unidades de saúde ou nos hospitais, de forma que os casos possam ser notificados, possibilitando, assim, mensurar a real situação do município em relação à doença”, completa.
As primeiras atividades serão desenvolvidas nos bairros em que o número de notificações da doença é maior. Através de uma força-tarefa serão realizadas atividades de contenção do mosquito, com utilização de carros com bombas de “fumacê”, mutirão de limpeza com apoio de outras secretarias municipais, e ações de mobilização social, com envolvimento da população.
A superintendente regional de Saúde de Montes Claros, Olívia Pereira de Loiola colocou à disposição agentes e carros da Vigilância Epidemiológica para fortalecer as ações. “Esse é um trabalho de parceria, que precisa do envolvimento de todos para dar resultados. A Secretaria de Estado de Saúde está comprometida com o município e irá disponibilizar os esforços necessários para manter a dengue sob controle”, ressalta a superintendente.A bióloga da SES-MG, Ana Carolina Lemos Rabelo, descartou um possível surto de dengue na cidade, mas alertou a necessidade de imediata eliminação dos focos do mosquito para que não haja esse risco.
Em relação à assistência aos pacientes, o médico infectologista do Centro Estadual de Vigilância em Saúde, Antônio Toledo, junto com a equipe técnica dos hospitais e unidades de saúde do município, traçou um fluxo de atendimento que define os passos para identificação dos casos suspeitos, avaliação da gravidade do paciente, definição dos casos que devem ficar em observação, identificação dos sinais de alarme e a conduta adequada para casos confirmados, de acordo com a gravidade.
“Estamos fazendo uma avaliação da capacidade instalada do município e definindo os papeis em cada nível de atenção para que o atendimento oferecido ao paciente seja adequado. O envolvimento de todos nesse processo, somado ao trabalho de eliminação dos focos é fundamental para o sucesso da operação”, ressalta o médico.
Até a última quinta-feira, foram notificados em Montes Claros 910 casos, referentes a 2012. Destes, 564 foram confirmados e 76 ainda estão sob investigação. O último LIRAa, realizado em outubro do ano passado registrou um índice de infestação de 1,5%. Neste ano, foram registradas oito notificações, que também estão sendo investigadas.
Segundo Antônio Toledo, a comunicação de novas suspeitas é ferramenta importante para que o poder público faça o mapeamento das regiões em que ocorre maior incidência e consiga promover o controle eficaz. “Mapear as regiões e monitorar a evolução da dengue é o caminho para evitar uma epidemia. Montes Claros está no rumo certo. Em conjunto, estamos planejando as ações e a Secretaria Estadual de Saúde veio para dar suporte às atividades já iniciadas pelo município”, garantiu o médico infectologista, afirmando que o objetivo é colaborar para diminuir os números preocupantes da dengue na cidade.
Autor: Jerúsia Arruda / SRS-MOC