Financiamento da Saúde é destaque no Observatório de Custos

Financiamento da Saúde é destaque no Observatório de Custos

Fortalecimento da cadeia produtiva em saúde, desenvolvimento da tecnologia nacional e financiamento da saúde também são temas em debate no seminário

A Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), deu início na segunda-feira (29.10) ao “II Seminário Nacional Observatório de Custos em Saúde: Cadeia produtiva, biotecnologia e inovação na perspectiva do sistema de saúde”. O evento que termina hoje (30) conta ainda com a participação do Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS-OMS), Fhemig, (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais), OAB (ordem dos Advogados do Brasil), Fundação Hemominas e Instituto Brasileiro para Estudo e Desenvolvimento do Setor de Saúde (IBEDESS).

Segundo a coordenadora do Observatório de Custos em Saúde da SESMG, Telma Braga Orsini, o foco do evento é exatamente a desestigmatização do conceito de custos. “O seminário é destinado não só a pesquisadores e gestores da área de saúde, mas também de grande interesse para toda população. O objetivo é provocar um debate acerca das questões relacionadas aos custos gerados no sistema de saúde e intensificar a discussão sobre o processo de criação de uma rede nacional de observatórios, voltada para esse tipo de assunto”, explicou.

Além de produzir e disseminar o conhecimento das questões relacionadas ao desempenho, à eficiência e à sustentabilidade em saúde, o observatório submete à análise dos participantes, novas diretrizes e melhorias para a saúde pública de Minas Gerais.

“Nunca se teve antes, a reunião de oito grandes organizações públicas e mundiais, ávidas para avaliar, discutir e  buscar  novos  motes no que tange  à melhoria da saúde pública. Além de compreender o financiamento do sistema de saúde,  há o estudo constante por tudo que envolve o tema, como a utilização da biotecnologia nacional e a prestação de contas ao paciente”, completou  o professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Márcio Gonçalves, um dos organizadores do seminário.

Complexo Industrial da Saúde

Segundo o Subsecretário de Inovação e logística da SES, Jorge Luiz Soares, a realização do seminário vai ao encontro à constante busca do Estado em ofertar cada vez mais saúde para toda a população. “Unir todas as esferas da saúde com uma vasta participação do meio acadêmico, possibilita o aprofundamento do estudo sobre o uso dos recursos a serem utilizados e otimizados na gestão pública em saúde,” acrescentou.

No primeiro dia de evento, cerca de 70 pessoas puderam conhecer detalhadamente os custos aplicados em saúde, a ampliação dos recursos, o financiamento do SUS, o uso de plataformas sistêmicas, além de uma palestra com o tema “Complexo Industrial da Saúde”, ministrada pelo secretário executivo do Grupo de Governança da SES, Francisco Tavares Júnior.

Para o Francisco Tavares, que apresentou um panorama de como é feito os investimentos na saúde pública, o aumento dos investimentos realizados na área da saúde tem elevado consideravelmente em contrapartida dos investimentos federais. “Atualmente a demanda do financiamento do SUS equivale apenas a 6% do PIB total.

Comparado com outros países, o Brasil investe pouco em um setor relevante tanto em aspectos sociais, quanto econômicos. O financiamento federal da saúde aumentou ao longo dos tempos cerca de 40%, em contrapartida, os investimentos estaduais e municipais aumentaram mais de 130% cada um”, explicou.

Estruturação

Segundo a Secretária Executiva do Ministério da Saúde, Fabíola Sulbino, o encontro é altamente proveitoso, por se tratar de uma oportunidade para refletir o papel do Estado na gestão de saúde, tanto como promovedor de saúde, quanto regulador de mercados. “Nos serviços de saúde, temos notado poucas iniciativas na adoção de ferramentas no que tange à utilização da informação de custos na tomada de decisão. O Brasil é muito dependente de outros países no que se refere a estudos e pesquisas, esbarrando na questão da sustentabilidade, no desenvolvimento de fármacos e outras tecnologias. Tais recursos causam impacto direto sobre os custos no sistema de saúde” comentou.

Também participaram do evento, o Subsecretário de Inovação e logística da SES, João Luiz Soares, o representante do reitor da UFMG, Elias Antônio Jorge, a coordenadora do departamento de economia da saúde do Ministério da Saúde, Fabíola Sulbino Vieira, o Presidente da Fhemig, Antônio Carlos de Barros Martins, o assessor do banco BDMG, Carlos Fernando da Silveira Viana, dentre representantes dos Consórcios Municipais de Saúde, gestores e referências técnicas.

Autor: Layon Araújo


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