Nos dias 8 e 9/12, a Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES/MG), por meio da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia, realizou uma capacitação para o reforço da vigilância sobre a febre amarela na região. O evento incentiva o monitoramento para casos em primatas não humanos e o preparo sazonal das equipes de saúde, principalmente durante o período chuvoso, quando há a proliferação dos mosquitos.
Durante o encontro, foram apresentados e discutidos diversos temas importantes para o fortalecimento das ações de vigilância de casos e prevenção. A programação incluiu a exposição de cenários em regiões endêmicas, abordagem de notificações, análise laboratorial e o tratamento em humanos.
Ramon Oliveira, médico veterinário e referência técnica em febre amarela na Coordenação Estadual de Vigilância das Arboviroses e Controle Vetorial da SES-MG, reforçou a importância de acompanhar os casos em primatas: “O município deve sinalizar quando há um macaco morto, para realizar a análise laboratorial e, em seguida, descartar ou não a possível circulação do vírus da febre amarela”.
Outro ponto de atenção, segundo Oliveira, é o quadro clínico do paciente, na região da SRS Uberlândia, alguns casos de dengue se assemelhavam aos de febre amarela, por isso é necessário notificar sobre as mortes de primatas não humanos e ficar atento aos casos humanos suspeitos de febre amarela.
Laila Heringer, doutora em parasitologia e referência técnica na Coordenação Estadual de Vigilância das Arboviroses e Controle Vetorial da SES-MG, lembra aos coordenadores dos municípios que o diagnóstico para a doença mudou. “O vírus passa por um período de incubação e pode se manifestar de 3 a 6 dias e, em casos, raros até 15 dias”, explicou.
Segundo Heringer, o avanço da pressão e da ocupação dos ambientes silvestres favorece o contato da população com o mosquito infectado. Além disso, o aquecimento global vem transformando o cenário epidemiológico para as arboviroses.
A prevenção também foi destacada durante a capacitação por Mariana Costa, referência técnica de Imunização da SRS Uberlândia, destacou que a cobertura vacinal de febre amarela está em 86,77% na região: “Hoje destacamos que todos municípios com baixa cobertura vacinal, independente da situação epidemiológica, devem intensificar a vacinação. Em casos positivos ou em investigação a vacina é um recurso que protege a população”. Ela reitera que a imunização é o único modo de evitar casos graves e óbito pela febre amarela.
A vacina contra a febre amarela é gratuita e a primeira dose é indicada para crianças com 9 meses com reforço aos 4 anos. Para a população que não possui registro e está na faixa etária de 5 a 59 anos, deve tomar apenas uma dose.
Para mais informações sobre a doença acesse: https://www.saude.mg.gov.br/febreamarela/
Por: Vitória Caregnato e Dieny Fernandes (estagiária sob supervisão) / Foto: Vitória Caregnato
