SRS Diamantina promove capacitação para manejo de meningites na macrorregião de Saúde Jequitinhonha 

Encontro reuniu cerca de 50 profissionais de saúde e integra estratégia estadual de padronização de condutas

A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Diamantina realizou, nos dias 25 e 26/11, a primeira Oficina de Capacitação para Manejo Clínico, Diagnóstico Laboratorial, Imunização e Vigilância das Meningites e Doenças Invasivas. O evento reuniu médicos, enfermeiros e coordenadores de vigilância epidemiológica dos municípios que integram a macrorregião de Saúde Jequitinhonha. 

De acordo com Mariana Sanches de Mello, consultora técnica do Grupo de Trabalho  sobre Meningites (GT-Meningites) da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), a iniciativa foi estruturada a partir de um diagnóstico detalhado das necessidades regionais. “Realizamos um inquérito com todas as regionais de saúde para mapear as principais dificuldades sobre o manejo das meningites. A partir desse levantamento, propusemos uma oficina integrada que articula os eixos assistencial, de vigilância, imunização e laboratório”, explicou. 

O projeto piloto foi desenvolvido com o apoio de especialistas da SRS Diamantina, entre eles Carolina Di Pietro Carvalho, coordenadora do Núcleo de Vigilância Epidemiológica (NUVEPI), e Cláudio Luiz Ferreira Junior, referência técnica da regional da NUVEPI. Cláudio destacou que “o componente laboratorial se destacou como um dos principais desafios para a integração entre os serviços”, reforçando a necessidade de abordagens práticas durante a capacitação. 

A programação incluiu palestras sobre panorama epidemiológico, aspectos clínicos e investigação de surtos. Gilmar José Coelho Rodrigues, da Coordenação de Doenças Transmissíveis da SES-MG, apresentou dados epidemiológicos atualizados sobre as meningites no estado. A infectologista Daniela Caldas Teixeira detalhou critérios clínicos e laboratoriais para diagnóstico e manejo dos casos, enquanto Francinne Laureth Batista, referência técnica da SRS Diamantina, abordou protocolos de investigação e estratégias de resposta rápida a surtos.
O médico Leonardo Barbosa Ferreira, do município de Capelinha, participou da oficina e avaliou positivamente a iniciativa. “Foram aulas que nos guiaram pela mão, mostrando a importância do diagnóstico precoce, do tratamento adequado e da realização correta dos procedimentos”, afirmou. Ele ressaltou ainda que a troca de experiências entre profissionais e equipes da região fortaleceu o trabalho nos municípios. “Saio com mais segurança para conduzir os casos no município e com a certeza de que esse tipo de formação faz diferença no nosso dia a dia”, completou. 

O encerramento da capacitação contou com um módulo dedicado à integração entre serviços, enfatizando a importância da articulação das redes de atenção para garantir resposta oportuna e eficaz diante de casos suspeitos. 

Embora a macrorregião de Saúde Jequitinhonha não registre atualmente alta incidência de meningite, a capacitação reforçou a importância das ações preventivas, da vacinação e da vigilância ativa. Com os resultados positivos do projeto piloto, a SES-MG prevê a expansão das oficinas para as demais regionais do estado, com adaptações conforme as especificidades de cada território.

O que é meningite

A meningite é uma inflamação das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Pode ser causada por vírus, bactérias ou, mais raramente, por fungos e outros agentes. Os sintomas mais comuns incluem febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca, náuseas, vômitos e sensibilidade à luz. As formas bacterianas exigem diagnóstico e tratamento imediatos, pois podem evoluir rapidamente e causar complicações graves. A vacinação é a principal medida de prevenção e está disponível no SUS.

O que fazer ao identificar sinais e sintomas

A orientação é procurar a unidade de saúde mais próxima. A avaliação rápida é fundamental para a definição do diagnóstico e o início do tratamento, especialmente nos casos de meningite bacteriana, que podem evoluir de forma grave em poucas horas. O atendimento precoce aumenta as chances de recuperação e contribui para a adoção oportuna das medidas de vigilância e prevenção.


Por: Ricardo Maciel

Fotos:Ricardo Maciel e Francinne Batista

Rolar para cima