Macrorregião de Saúde Sudeste se prepara para o enfrentamento das arboviroses

Combate aos vetores é desafio para os próximos meses

Com a chegada da sazonalidade das arboviroses – período de maior incidência, que vai de outubro a maio – os municípios mineiros entram em alerta para combater a procriação dos mosquitos vetores. Assim, uma série de atividades estão ocorrendo em todo o estado para mobilizar os profissionais de saúde e a população para o enfrentamento dos próximos meses. 

No dia 29/11 ocorre em todo o estado o Dia D de mobilização – “Minas Unida Contra  Aedes”. É um dia de conscientização e de boas práticas preventivas com foco especial dentro das residências, onde se encontram aproximadamente 85% dos focos dos mosquitos. São arboviroses as doenças causadas por vírus transmitidos por mosquitos e carrapatos; em especial a fêmea do Aedes aegypti. Dentre estas doenças estão a dengue, febre amarela, febre chikungunya e Zika vírus. 

A Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Juiz de Fora organizou –  junto com outras unidades regionais de saúde da Macrorregião sudeste do estado –  a 4ª etapa da Jornada Mineira de Arboviroses, ocorrida nos dias 4 e 5/11. Este encontro se deu a partir de seminários que mobilizaram centenas de gestores e trabalhadores da macrorregião de Saúde Sudeste, que abrange 94 municípios, com mais de 1,5 milhão de habitantes. 

O desafio

Para Fábio Vieira Ribas, coordenador de Vigilância em Saúde da Gerência Regional de Saúde (GRS) de Ubá, o cenário esperado para os próximos meses é de aumento de casos em virtude do aumento das temperaturas e das chuvas, condições propícias para a reprodução dos mosquitos. “O ano de 2024 foi um ano que o estado de Minas Gerais enfrentou a sua pior epidemia de dengue. Estamos nos preparando para o biênio 2025 e 2026, para que novos sorotipos não se tornem prevalentes.”

Os sorotipos a que Fábio se refere são variantes da dengue, o DEN-3 – que é o segundo sorotipo que mais circula no estado – e o DEN-4, que vem aumentando a sua circulação. Além da dengue, a chikungunya também é vista de forma preocupante, já que o estado apresentou maior incidência acumulada de casos neste ano. Outro ponto de foco é a febre amarela, com alta letalidade –  até o momento, dos 12 casos confirmados, houve 5 mortes. 

O técnico Fábio Ribas também evoca a chegada de um novo vírus da febre oropouche. “Desde o final de 2024 a macrorregião de Saúde Sudeste também foi considerada ‘zona quente’ de transmissão dessa doença”. A febre oropouche tem como vetor outro mosquito, conhecido como maruim, que deve ser foco da mesma atenção por parte da população. A recomendação é que todas as pessoas se previnam, já que todos estão suscetíveis às arboviroses – em especial as pessoas mais velhas, crianças, e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. As grávidas também, devido ao risco de microcefalia em bebês pelo vírus da zica.

Investimentos e prevenção

Minas investiu, entre 2019 a 2025, R$486 milhões em ações permanentes contra o Aedes aegypti, sendo todos os 853 municípios mineiros beneficiados. Mas, para se ter sucesso no enfrentamento às arboviroses, a participação da população é essencial. Para isso, as medidas preventivas tornam-se a melhor forma do combate à reprodução dos vetores, como não deixar água parada em lugares não vedados, uso de blusas de mangas compridas e uso de repelentes. 

Sobre os sintomas, pessoas com casos prolongados de febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores no corpo e nas articulações, enjoo, moleza e manchas vermelhas no corpo, devem procurar atendimento. O dia D para o enfrentamento às arboviroses está marcado para 29/11, mas as ações preventivas devem ocorrer regularmente nos próximos meses. As arboviroses podem matar e também deixar sequelas permanentes. 

Por: Benjamim Júnior

Fotos: SRS Juiz de Fora

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