Na sexta-feira 14/11, foi inaugurada em Uberlândia a biofábrica Wolbachia para controle do Aedes aegypti. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), junto à Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Uberlândia, participou do desenvolvimento e implementação da iniciativa no território. O método Wolbachia tem como objetivo complementar as ações de combate às doenças transmitidas pelo mosquito como dengue, zika e chikungunya.
Durante a cerimônia, o subsecretário de Vigilância Epidemiológica, Eduardo Prosdocimi, reforçou que “a iniciativa inovadora apoia as ações já realizadas pelo Estado e pelo município, como o uso de drones, a descentralização dos tradicionais fumacês e a mobilização da população para os dias ‘D’.” O evento também destacou o trabalho dos agentes de saúde e das autoridades epidemiológicas e sanitárias que atuam diariamente no enfrentamento às arboviroses.
O Ministério da Saúde, em parceria com a SES-MG e o município, iniciou o processo de implantação da biofábrica em 2023. Uberlândia faz parte das 16 cidades brasileiras escolhidas devido ao histórico de transmissão de arboviroses. A Fiocruz financia e realiza pesquisas sobre o método há mais de dez anos. Segundo Karlos Diogo de Melo Chalegre, assessor na Vice-Presidência de Produção e Inovação em Saúde da instituição, a primeira cidade a adotar a técnica, Niterói, reduziu em 89% o número de casos de arboviroses. Para Daniel Garkauskas Ramos, coordenador substituto-geral de Vigilância das Arboviroses da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, a ideia é ampliar a tecnologia para outras 54 cidades no Brasil.
Sobre a biofábrica e o Método Wolbachia
O espaço para criação do Wolbito — nome dado ao mosquito — conta com quatro salas. A produção consiste em introduzir o microrganismo Wolbachia no Aedes aegypti para impedir que os vírus da zika, chikungunya e dengue se desenvolvam e transmitam as doenças. A organização World Mosquito Program é uma iniciativa sem fins lucrativos que combate as arboviroses. Segundo Ana Carolina Rabelo, gestora de implementação do Método Wolbachia no Brasil: “O Aedes aegypti com Wolbachia, ao se reproduzir com os demais Aedes da região, não transmite as doenças. É um método seguro, eficaz e sustentável.”
Ela acrescenta que a técnica já é aplicada em outras cidades brasileiras e em quatro países, com resultados positivos. A capacidade de produção é de 11 mil tubos por semana. Ao todo, serão 23 bairros contemplados com a soltura dos mosquitos, beneficiando mais de 300 mil pessoas. Ao final do evento houve a soltura simbólica dos wolbitos para o início do período sazonal na região.
Para mais informações de combate ao Aedes aegypt acesse: https://www.saude.mg.gov.br/aedes/
Por: Vitória Caregnato e Dieny Fernandes (estagiária sob supervisão)
Foto: Vitória Caregnato e Dieny Fernandes